O sindicato dos diretores de fotografia de Hollywood é chamado de American Society of Cinematographers. E ainda que nem sempre seja tão preciso enquanto precursor do Oscar, também não pode ser totalmente desconsiderado. Afinal, dos cinco indicados ao prêmio da ASC, quatro aparecem aqui na disputa da Academia. Além disso, há certa curiosidade histórica que aponta o vencedor em Melhor Fotografia geralmente também concorrendo – e muitas vezes ganhando – como Melhor Filme. Ou seja, dos quatro finalistas (excetuando o ignorado pelo sindicato), temos também um que nem indicado na categoria principal foi. Portanto, restam apenas três reais candidatos. E, desses, temos um que não concorreu em quase nenhuma outra premiação, tendo ganhado absolutamente nada na temporada. Como se percebe, a questão é mais matemática que emocional. Afinal, restaram apenas dois no páreo, e é um desses que deverá levar para casa a cobiçada estatueta dourada. Diante desse cenário, confira as nossas apostas para Melhor Fotografia.
Indicados
- Judas e o Messias Negro, de Sean Bobbitt
- Mank, de Erik Messerschmidt
- Relatos do Mundo, de Dariusz Wolski
- Nomadland, de Joshua James Richards
- Os 7 de Chicago, de Phedon Papamichael
FAVORITO
Joshua James Richards, por Nomadland
Também concorrendo ao Oscar pela primeira vez – assim como muitos dos seus colegas indicados – Joshua James Richards é um parceiro antigo da diretora Chloé Zhao, pois fotografou também seus dois longas anteriores (Domando o Destino, 2017, e Songs My Brothers Taught Me, 2015). É a primeira vez, no entanto, que seu trabalho é realmente notado. Tanto que, nessa temporada, vem somando vitórias, como as conquistadas no Bafta, Critics Choice, Camerimage, Hollywood Critics Association, International Online Cinema Awards, National Board of Review, Sociedade Nacional dos Críticos de Cinema dos EUA, Online Association of Female Film Critics, Online Film & Television Awards, Online Film Critics Society Awards, Alliance of Women Film Journalists e nas premiações dos críticos de Atlanta, Austin, Boston, Chicago, Columbus, Dallas-Fort Worth, Georgia, Houston, Las Vegas, Nova Iorque, Carolina do Norte, North Dakota, Filadélfia, Phoenix, San Diego, St. Louis, Utah e Washington. Agora, além de todos os prêmios e reconhecimentos, basta assistir a Nomadland e aos impressionantes takes que ajudam a compor à narrativa para saber: essa é a melhor fotografia do ano, e ponto final. Os demais que lidem com isso.
AZARÃO
Erik Messerschmidt, por Mank
O longa de David Fincher assumiu a condição de azarão dessa categoria – ou seja, ainda que não seja o favorito, é o único que pode, de fato, surpreender – ao obter uma importante vitória: junto ao sindicato dos diretores de fotografia de Hollywood! E isso que estava concorrendo com outros colegas aqui selecionados, como Nomadland, Os 7 de Chicago e Relatos do Mundo! No entanto, essa é a primeira indicação de Erik Messerschmidt – e é também a estreia dele no cinema, pois até então havia trabalhado apenas em curtas e em séries como Legion (2018-2019) e Mindhunter (2017-2019). Pelo belíssimo registro em preto e branco empregado em Mank, no entanto, vem acumulando prêmios e indicações. Concorreu ainda ao Bafta, Critics Choice Awards e nas premiações dos críticos de Austin, Chicago, Columbus, Dallas-Fort Worth, Georgia, Havaí, Houston, Kansas, Carolina do Norte, North Dakota, North Texas, Phoenix, San Diego, São Francisco, St. Louis e Washington. Já vitórias, de fato, contabilizou no Satellite, no British Society of Cinematographers e junto aos críticos da Florida, New Mexico, Oklahoma e Sunset Film Circle Awards. Ou seja, não o suficiente para que se diga que a disputa está equilibrada. Mas bom o bastante para, caso ganhe, ninguém diga que foi uma surpresa!
SEM CHANCES
Sean Bobbitt, por Judas e o Messias Negro
Curiosa essa indicação. Afinal, Judas e o Messias Negro chegou até o Oscar, e sabe onde mais? No Bafta. E no Black Reel Awards. Ah, e na British Society of Cinematographers. E mais em absolutamente lugar nenhum. Ou seja, concorreu em duas premiações inglesas. Nos Estados Unidos, a apenas numa voltada ao cinema negro. Sean Bobbitt – que, aliás, é branco – está concorrendo ao Oscar pela primeira vez, mas não é nenhum novato: foi responsável pela fotografia de filmes premidos, como 12 Anos de Escravidão (2013) e Shame (2011) – é um parceiro de longa data do diretor Steve McQueen – e tem aqui um dos seus trabalhos de maior destaque. Uma vitrine importante, que certamente o fará ser ainda mais disputado nos bastidores de Hollywood. Ou seja, seu prêmio é a indicação, e ponto.
ESQUECIDO
Hoyte Van Hoytema, por Tenet
Vários são os longas que poderiam ocupar esse espaço. Cherry: Inocência Perdida é o único dos indicados ao prêmio da American Society of Cinematographers que não chegou ao Oscar. The Mauritanian foi indicado ao Bafta, Malcolm & Marie ganhou o Black Reel Awards e Destacamento Blood foi indicado em diversas associações de críticos. Porém, aquele que esteve por muitos desses lugares – e também em outros – foi o longa de Christopher Nolan. Finalista do Critics Choice Awards, do Satellite e do Hollywood Critics Association, foi premiado nessa categoria pelo Círculo de Críticos Negros de Cinema e junto aos críticos do Havaí, North Texas e de Nevada, além de ter concorrido também às premiações de Austin, Chicago, Columbus, Florida, Georgia, Houston, Carolina do Norte, North Dakota, Phoenix, San Diego, São Francisco e Washington. Vale lembrar que Hoyte Van Hoytema foi indicado ao Oscar por Dunkirk (2017) e foi responsável pela fotografia de filmes como Ad Astra (2019) e Interestelar (2014).
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