Macaco contra macaco. Um, no entanto, aparece como favorito, enquanto o outro surgiu na última hora deixando muita gente espantada com a sua lembrança. E entre viagens ao espaço, um thriller detetivesco no futuro e uma aventura pela saga mais popular de todos os tempos, quem será que vai colocar a mão no ouro? Entre os vinte profissionais aqui indicados, cinco estão concorrendo pela primeira vez, enquanto outros sete já foram premiados em ocasiões anteriores, somando, juntos, 11 estatuetas. Ou, até o mais “fraco” dos concorrentes está aqui por causa dos esforços e do talento de um time de peso, e uma reviravolta de última hora não pode ser descartada. Mesmo assim, vamos às análises de cada um dos finalistas, e façam as suas apostas!

 

Indicados

 

FAVORITO: Planeta dos Macacos: A Guerra (Joe Letteri, Daniel Barrett, Dan Lemmon e Joel Whist)
Esta é a única indicação ao Oscar do terceiro longa da nova trilogia Planeta dos Macacos, e pode muito bem representar a primeira estatueta dessa nova saga – os três filmes foram indicados nesta categoria. E o time é de peso: Joe Letteri já é dono de quatro Oscars (O Senhor dos Anéis: As Duas Torres, 2002; O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei, 2003; King Kong, 2005; e Avatar, 2009) e outras seis indicações; Daniel Barrett está em sua terceira indicação; Joel Whist concorre pela primeira vez; e Dan Lemmon ganhou por Mogli: O Menino Lobo (2016), além de ter concorrido outras três vezes. Premiados pela Sociedade de Efeitos Visuais dos EUA em quatro categorias (Efeitos Visuais, Personagem Animado, Simulação de Efeitos e Composição), ganharam ainda o Critics Choice e os troféus dos críticos de Denver, Carolina do Norte, Phoenix, San Diego e Seattle. Será que irão conseguir manter esse favoritismo até colocarem as mãos no ouro? Muitos apostam que sim, mas não se espantem caso algo de novo surja no meio do caminho.

 

MERECE:  Blade Runner 2049 (John Nelson, Gerd Nefzer, Paul Lambert e Richard R. Hoover)
O novo Blade Runner foi o terceiro filme – após Planeta dos Macacos: A Guerra e Viva: A Vida é uma Festa – mais premiado neste ano pela Sociedade de Efeitos Visuais dos EUA, ganhando como Melhor Criação de Cenário e Melhor Modelo, tendo concorrido em outras cinco categorias. Além disso, foi indicado também ao BAFTA, Awards Circuit Community, Critics Choice, Gold Derby, International Online Cinema Awards, Online Film & Television Awards e pelos críticos de Denver, Seattle, Phoenix, San Diego e da Carolina do Norte, tendo sido premiado no Satellite e junto aos críticos da Florida, Las Vegas, Nevada, St. Louis e de Houston. Sem falar que, dos cinco finalistas, é o com o maior número de indicações. Portanto, imagina-se que dificilmente sairá da festa de mãos abanando. E aqui temos uma boa – e justa – oportunidade de reconhecimento. No entanto, é bom lembrar: dos quatro técnicos, apenas John Nelson já tem um Oscar (esta é sua quarta indicação, e ganhou por Gladiador, 2000), enquanto que Richard R. Hoover está concorrendo pela terceira vez e os demais foram lembrados pela primeira vez.

 

TORCIDA:  Guardiões da Galáxia Vol. 2 (Christopher Townsend, Guy Williams, Jonathan Fawkner e Dan Sudick)
O Universo Cinematográfico Marvel arrecadou mais de US$ 13,5 bilhões nas bilheterias de todo o mundo, em apenas dez anos de atividades. Ou seja: é um sucesso arrebatador. Mesmo assim, os dezessete títulos lançados até 2017 conseguiram ao todo 10 indicações ao Oscar, sem nenhuma vitória até o momento. Teria chegado o momento da virada? Pelo que se vê em Guardiões da Galáxia Vol. 2 – um filme, aliás, muito superior ao seu primeiro episódio – a hora seria bem apropriada. Premiados pela Sociedade de Efeitos Visuais dos EUA como Melhor Fotografia Virtual, foram indicado ainda ao International Online Cinema Awards e ao Hollywood Post Alliance, além dos críticos da Florida, sem, no entanto, algum troféu para colocar na estante. E não que esse time não mereça: Christopher Towsend está em sua segunda indicação, Guy Williams na terceira, Jonathan Fawkner também na segunda e Daniel Sudick já disputou o ouro da Academia em outras sete ocasiões. E todos seguem aguardando por esse reconhecimento. Afinal, sonhar não custa, não é mesmo?

 

AZARÃO:  Star Wars: Os Últimos Jedi (Ben Morris, Mike Mulholland, Neal Scanlan e Chris Corbould)
Indicado a quatro Oscars, o mais recente capítulo da saga mais popular de todos os tempos na tela grande não tem muitas chances de vitória em alguma delas. Indicados ao BAFTA, também concorreram ao Awards Circuit Community, Gold Derby, International Online Cinema Awards, Online Film & Television Association, às premiações dos críticos de Denver, Florida, Las Vegas, Carolina do Norte e em quatro diferentes categorias da premiação da Sociedade de Efeitos Visuais dos EUA – sem ganhar, é importante destacar, em absolutamente qualquer dessas disputas. E dos quatro técnicos, apenas Michael Mulholland está em sua primeira indicação, sendo que os outros três já foram premiados em ocasiões anteriores: Chris Corbould por A Origem (2010), Ben Morris por A Bússola de Ouro (2007) e Neal Scanlan por Babe: O Porquinho Atrapalhado (1995). Ou seja, chances de reprisar esse feito até existem, mas são mínimas. Porém, quem ousaria duvidar quando a Força está ao seu lado?

 

SURPRESA:  Kong: A Ilha da Caveira (Stephen Rosenbaum, Jeff White, Scott Benza e Mike Meinardus)
Única indicação deste que é apontado como o segundo longa do universo compartilhado indicado com Godzilla (2014), Kong: A Ilha da Caveira concorreu em quatro diferentes categorias na premiação da Sociedade de Efeitos Visuais dos EUA, sem ganhar em alguma delas. E mais nada. Não foi lembrado no BAFTA, nem no Critics Choice e em qualquer associação regional de críticos. Sua presença aqui, ocupado um espaço que poderia muito bem ter sido preenchido por A Forma da Água ou Dunkirk – ambos indicados a Melhor Filme e lembrados pelos votantes dos citados BAFTA e Critics Choice – deixou muita gente de queixo caído. Ainda mais por seu trabalho ser muito semelhante ao do favorito da categoria, apenas em outras proporções – gigantescas, aliás. Ou seja, receber este convite para a festa já foi um feito e tanto.

 

ESNOBADO: Viva: A Vida é uma Festa (Lee Unkrich, Darla K. Anderson, David Ryu e Michael O’Brien)
Efeitos Visuais geralmente dizem respeito à criação de algo impossível, porém de forma tão perfeita, que chegamos a duvidar do que nossos olhos enxergam. E isso se dá de maneira mais explícita, naturalmente, em filmes live-action, ou seja, com atores de verdade e cenários reais. Porém, quem disse que esses mesmos recursos não podem ser empregado em animações? Pois o longa dirigido por Lee Unkrich deixou claro a excelência dessas técnicas para a construção de ambientes deslumbrantes, movimentos inacreditáveis e personagens literalmente surreais. Premiado em quatro categorias – Personagem Animado, Criação de Cenário, Simulação de Efeitos e Efeitos Visuais em Longa de Animação – pela Sociedade de Efeitos Visuais dos EUA, uma indicação aqui viria muito a calhar não apenas para quebrar esse tolo preconceito, mas também para elucidar uma ignorância quase generalizada sobre as inúmeras possibilidades dessa técnica.

:: Confira aqui as nossas análises das demais categorias ::

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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