Crítica
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Crítica
Foram 12 anos. E esta demora é mais do que justificada. Depois de Titanic (1997), vencedor de 11 Oscars e com US$ 2,1 bilhões arrecadados ao redor do mundo, pensou-se que James Cameron jamais conseguiria se superar. Bem, agora temos Avatar para mostrar que estavam todos errados. Um dos melhores filmes do ano, é também um dos espetáculos mais impressionantes dos últimos tempos! Fenomenal, surpreendente, incrível, absurdo, alucinante – faltam palavras para descrever este fenômeno que estimula todos os nossos sentidos de maneira plena e completa, mostrando de vez que cinema pode ser magia e fantasia ao mesmo tempo em que lida com assuntos sérios e relevantes.
Pouco se sabia a respeito de Avatar até o momento em que o filme ganhou as telas. Efeitos visuais revolucionários, um roteiro pensado e refeito inúmeras vezes, atores totalmente submersos aos seus personagens e um novo mundo sendo criado a partir do zero. E felizes serão todos os que assim forem conferir esta obra prima, com um mínimo de informação prévia. Só sairá ganhando quem tiver esta atitude.
Avatar começa um pouco lento, ganhando espaço, reconhecendo o terreno. A primeira hora (sim, são quase três horas de projeção, mas acredite – você praticamente não percebe o tempo passar) é a mais complicada, pois estamos tão perdidos quanto os personagens da trama – e, entenda, este é o objetivo. São homens chegando a uma colônia, num futuro não muito distante, no fictício planeta de Pandora. O objetivo da empreitada militar é tentar estabelecer algum contato com os habitantes locais, uma raça que atende pelo nome de Na’vi, e conseguir permissão para explorar uma preciosa – e rara – reserva mineral que se encontra no subsolo. Devido ao alto valor desta descoberta, esta aproximação deverá determinar como será a ação humana: pela diplomacia ou pela violência. Neste momento são determinados também os conceitos básicos da história. Neste universo o Homem é que está como invasor, como o dominador, como o beligerante. Os Na’vi são um povo que prega a paz, a ecologia e a existência de uma energia cósmica que a todos conecta. Eles farão de tudo para defender o que acreditam. Mas qual será o preço deste comprometimento?
Jake Sully (Sam Worthington) é um soldado escalado para substituir o irmão, um cientista recém falecido. Cadeirante, ele aceita de bom grado a missão de ganhar outra vida através de um avatar, ou seja, um ser modelado geneticamente e desprovido de consciência, que lhe servirá como disfarce . Ou seja, é quase como um casulo no qual ele estará internamente, como numa transferência de almas. Este avatar lhe permite respirar o ar do planeta e interagir com os demais Na’vi, ganhando, aos poucos, a confiança destes. Até o momento em que outros sentimentos se fazem presentes, confundindo suas intenções originais e lhe proporcionando uma nova visão das coisas.
Os efeitos especiais de Avatar são tão impressionantes que rápido o espectador irá esquecer que está diante de uma animação digital, sendo levado a acreditar que tudo o que se passa na tela é a mais pura realidade. Feitos anteriores, como os vistos na saga O Senhor dos Anéis (executados pela Weta Digital, e mesma aqui presente), parecem brincadeiras perto do que aqui vemos. O realismo é tão intenso, do piscar dos olhos ao grão de areia, que a vontade que temos é de estar lá, ao lado deles. Nunca antes o sistema 3D (o cinema de terceira dimensão) foi tão bem explorado. Este é o legítimo filme que só será plenamente apreciado caso seja visto na tela grande, e em 3D, com o mais potente sistema sonoro disponível. Toda a técnica possível deve estar a serviço de um dos maiores shows já produzidos pela sétima arte.
Sigourney Weaver, Giovanni Ribisi, Zoe Saldana, Michelle Rodriguez e outros nomes de impacto, todos entregues e em total sintonia com a proposta estabelecida, pouco tem a dizer diante de Avatar. Especula-se que mais de US$ 300 milhões tenham sido gastos para tornar o sonho do diretor e roteirista James Cameron em realidade. Pois bem, tudo isso – e mais – é visto em cena. E se a crítica já vem respondendo à altura (vencedor de dois Globos de Ouro – inclusive Melhor Filme – e de três Oscars), coube também ao público reconhecer os méritos deste sucesso, reconhecendo-o como o maior sucesso de bilheteria de todos os tempos (mais de US$ 2,788 bilhões). Como a regra é aprimorar cada vez mais todo avanço tecnológico, não será novidade se nos próximos anos o que vemos aqui se tornar corriqueiro – e até mesmo ultrapassado. Mas ainda assim teremos uma trama muito bem estruturada, apaixonante e dona de muita garra e dedicação. E se isso não é tudo o que buscamos, então está na hora de repensarmos as nossas escolhas!
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 10 |
Yuri Correa | 10 |
Chico Fireman | 6 |
Thomas Boeira | 10 |
Diego Benevides | 6 |
Roberto Cunha | 10 |
Wallace Andrioli | 9 |
Francisco Carbone | 6 |
Daniel Oliveira | 7 |
MÉDIA | 8.2 |
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