Para os cinéfilos de São Paulo, a 43ª Mostra Internacional de Cinema continua com a repescagem por mais uma semana, apresentando alguns dos filmes mais premiados e disputados desta edição. No entanto, a correria por diferentes salas da capital, escolhendo entre cerca de 300 filmes, chegou ao fim com a cerimônia de encerramento que coroou o alemão System Crasher (2019) e o australiano Dente de Leite (2019).
O Papo de Cinema teve a oportunidade de assistir a muitas dezenas de filmes, cujos textos estão reunidos no nosso Especial da Mostra de SP, mas chegou a hora de organizar as listas e escolher os nossos filmes preferidos deste ano, em ordem alfabética. Abaixo, você encontra as listas brasileira e internacional dos dois editores do site presentes durante o evento. Concorda com a gente? Quais foram os seus preferidos?
Robledo Milani (editor-chefe)
Brasileiros
A Vida Invisível
Alice Júnior
Pacarrete
Pacificado
Raia 4
Internacionais
Dois Papas
O Farol
O Paraíso Deve Ser Aqui
Sinônimos
System Crasher
“A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo é, tradicionalmente, o festival mais interessante do país, tanto pelos títulos aguardados que apresenta pela primeira vez ao cinéfilo nacional, como pelas muitas surpresas que distribui pela sua programação. Neste ano, confirmou-se a expectativa criada por longas com o israelense Synonymes, Urso de Ouro no Festival de Berlim, e o brasileiro, A Vida Invisível, premiado em Cannes. Entre os estrangeiros, chamam atenção dois longas com forte influência nacional: o terror O Farol, produzido por Rodrigo Teixeira, e o drama Dois Papas, dirigido por Fernando Meirelles. Vale também ficar ligado nas próximas exibições do palestino O Paraíso Deve Ser Aqui, de Elia Suleiman, e o alemão System Crasher, cada um escolhido pelos seus respectivos países para disputar uma indicação no próximo Oscar. Se O Farol é um belo exemplar de cinema de gênero, e System Crasher discute com propriedade o papel do estado na construção familiar, os demais aqui apontados – Synonymes, O Paraíso Deve Ser Aqui e Dois Papas – falam tanto do mundo atual como dos possíveis caminhos a serem seguidos no futuro. Todos com discursos muito fortes, mas nunca desprovidos de humor (principalmente os dois últimos). Já entre os nacionais, Pacarrete e Raia 4 foram premiados em Gramado, e merecem todos os aplausos possíveis, seja por atuações magistrais (alô, Marcélia Cartaxo!) como pelo domínio dos seus realizadores. Pacificado fez justiça ao interesse despertado pela conquista inédita de Melhor Filme no Festival de San Sebastian, na Espanha – superando concorrentes como o argentino A Odisseia dos Tontos e o português Patrick, ambos também apresentados na capital paulista e dignos de atenção – enquanto que Alice Júnior, que havia passado antes pelo Festival de Vitória, conquista tanto pela proposta inusitada como pelo dinamismo do seu discurso, fazendo desta uma das descobertas mais interessantes da temporada”.
Bruno Carmelo (editor)
Brasileiros
Aos Olhos de Ernesto
Babenco – Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou
Currais
Enquanto Estamos Aqui
Siron. Tempo Sobre Tela
Internacionais
Até Logo, Meu Filho
Cães do Espaço
O Século da Fumaça
Um Dia Muito Claro
Você Tem a Noite
“Além de ótimos filmes consagrados em grandes festivais – Sinônimos, O Farol, O Paraíso Deve Ser Aqui, Parasita -, a edição da Mostra foi rica em descobertas. Filmes de jovens cineastas como Cães do Espaço e O Século da Fumaça estiveram entre as experiências mais ousadas e satisfatórias do festival. O mesmo vale para a ótima safra brasileira, que incluiu desde obras despretensiosas como Partida até a comovente comédia dramática Aos Olhos de Ernesto, documentários poéticos como Babenco – Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou e outros, conceituais, como Siron. Tempo Sobre Tela. A Mostra 2019 apresentou filmes excelentes, em especial para quem se arriscou fora dos títulos mais cobiçados”.
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