 
        Black Mirror :: T01 :: The National Anthem
- 
                        
                        Charlie Brooker
- 
                        
                        Otto Bathurst
- 
                    
                    The National Anthem
- 
                
                2011
- 
                
                Reino Unido
Crítica
Leitores
Sinopse

Black Mirror

Black Mirror :: T07
| Episódio | Data de exibição | 
|---|---|
|  Black Mirror :: T07 :: E01 (Pessoas Comuns) | 10/04/2025 | 
|  Black Mirror :: T07 :: E06 (USS Callister: Into Infinity) | 10/04/2025 | 
|  Black Mirror :: T07 :: E05 (Eulogy) | 10/04/2025 | 
|  Black Mirror :: T07 :: E04 (Brinquedo) | 10/04/2025 | 
|  Black Mirror :: T07 :: E03 (Hotel Reverie) | 10/04/2025 | 
|  Black Mirror :: T07 :: E02 (Bête Noire) | 10/04/2025 | 

Black Mirror :: T06
| Episódio | Data de exibição | 
|---|---|
|  Black Mirror :: T06 :: Demon 79 | 15/06/2023 | 
|  Black Mirror :: T06 :: Mazey Day | 15/06/2023 | 
|  Black Mirror :: T06 :: Beyond the Sea | 15/06/2023 | 
|  Black Mirror :: T06 :: Loch Henry | 15/06/2023 | 
|  Black Mirror :: T06 :: Joan Is Awful | 15/06/2023 | 

Black Mirror :: T05
| Episódio | Data de exibição | 
|---|---|
|  Black Mirror :: T05 :: Rachel, Jack and Ashley Too | 5/06/2019 | 
|  Black Mirror :: T05 :: Smithereens | 5/06/2019 | 
|  Black Mirror :: T05 :: Striking Vipers | 5/06/2019 | 

Black Mirror :: T04
| Episódio | Data de exibição | 
|---|---|
|  Black Mirror :: T04 :: Black Museum | 29/12/2017 | 
|  Black Mirror :: T04 :: Metalhead | 29/12/2017 | 
|  Black Mirror :: T04 :: Hang the DJ | 29/12/2017 | 
|  Black Mirror :: T04 :: Crocodile | 29/12/2017 | 
|  Black Mirror :: T04 :: Arkangel | 29/12/2017 | 
|  Black Mirror :: T04 :: USS Callister | 29/12/2017 | 

Black Mirror :: T03
| Episódio | Data de exibição | 
|---|---|
|  Black Mirror :: T03 :: Hated in the Nation | 26/10/2016 | 
|  Black Mirror :: T03 :: Men Against Fire | 25/10/2016 | 
|  Black Mirror :: T03 :: San Junipero | 24/10/2016 | 
|  Black Mirror :: T03 :: Shut Up And Dance | 23/10/2016 | 
|  Black Mirror :: T03 :: Playtest | 22/10/2016 | 
|  Black Mirror :: T03 :: Nosedive | 21/10/2016 | 

Black Mirror :: T02
| Episódio | Data de exibição | 
|---|---|
|  Black Mirror :: T02 :: White Christmas | 16/12/2014 | 
|  Black Mirror :: T02 :: The Waldo Moment | 18/02/2013 | 
|  Black Mirror :: T02 :: White Bear | 18/02/2013 | 
|  Black Mirror :: T02 :: Be Right Back | 11/02/2013 | 

Black Mirror :: T01
| Episódio | Data de exibição | 
|---|---|
|  Black Mirror :: T01 :: The Entire History of You | 18/12/2011 | 
|  Black Mirror :: T01 :: Fifteen Million Merits | 11/12/2011 | 
|  Black Mirror :: T01 :: The National Anthem | 4/12/2011 | 
Crítica
Escrito por Charlie Brooker, criador de Black Mirror, The National Anthem começa com a deflagração de uma situação perturbadora, não apenas para o primeiro-ministro britânico, Michael Callow (Rory Kinnear), intimamente afetado pelo sequestro da Princesa Susannah (Lydia Wilson), mas à toda sociedade envolvida. O homem que mantém a figura real em seu poder, utilizando a internet e suas possibilidades como estratégias de disseminação da conduta ilícita, pede que o estadista mais importante do Reino Unido faça sexo com um porco, ao vivo, como condição para libertar a jovem mantida em cativeiro. De cara, imagina-se que a ação se trate de um insólito ato de desagravo contra a classe política inglesa, especialmente por se fundar na desmoralização pública de seu principal representante. Contudo, como bem vemos no desenrolar deste episódio, cuja tensão é proporcional à falha miserável das diversas alternativas, o alvo é outro.

The National Anthem abarca em seus pouco mais de 40 minutos uma série de questões que dizem respeito, especialmente, à repercussão pública da chantagem. O comportamento da imprensa é o primeiro interesse do episódio, com os expedientes ocasionalmente perniciosos, a relativização da ética em favor do furo e da audiência que dele decorre. A troca de favores com alguém de dentro do governo – fotos íntimas por informações privilegiadas – é emblemática nessa observação dos meios de comunicação. A ação do gabinete do primeiro-ministro dá conta dos bastidores do poder, com subalternos “garantindo” ao mandatário o resguardo de sua intimidade e, mais adiante, agindo friamente para certificar-se que ele faça o que os britânicos esperam, ou seja, mantenha o jogo acima de si próprio. Aliás, são sintomáticas as consultas recorrentes à repercussão popular, pois políticos vivem de votos.
Dirigido por Otto Bathurst, The National Anthem expõe, em meio ao esgotamento do tempo e à inevitabilidade de ceder às pressões, a quem verdadeiramente direciona suas miradas mais ferinas. Alimentados por toda sorte de mídias, como o YouTube, o Facebook e a televisão, os espectadores ingleses gradativamente se tornam parte essencial dessa cadeia sórdida, mudando leviana e impulsivamente de opinião, não se furtando de fazer julgamentos morais precipitados e, pior de tudo, mesmo aparentemente enojados olhando à tela que mostra um ato vil, indispostos a desgrudarem a atenção dela, fazendo-se cúmplices. A curiosidade quanto à degradação alheia é a imagem mais forte deste episódio inaugural da antologia Black Mirror, a partir da qual se percebe as intenções do raptor de não necessariamente afrontar a classe política ou a coroa, mas provar a perversidade do ser humano frente ao sofrimento alheio.

No que diz respeito às atuações, destaque para Rory Kinnear, que vive com excelência o primeiro-ministro ameaçado pela conjuntura singular, e Lindsay Duncan, intérprete de sua imediata, mulher de sangue frio que encarna com precisão os ideais pragmáticos de quem decide embrenhar-se no backstage do poder. A despeito da curta duração, esse pontapé inicial é um cartão de visita e tanto, pouco caraterizado pela prevalência tecnológica, como boa parte dos episódios de Black Mirror, sem sintomas futuristas para desenhar uma distopia iminente, já que disposto a encarar o cenário do presente e suas idiossincrasias para desenhar uma coletividade doente, sem qualquer pudor de ser hipócrita, de fazer cara de nojo, de fingir-se profundamente solidária, e de seguir testemunhando o circo de horrores que ela própria constrói e alimenta. The National Anthem é um primor, justamente por mostrar quem somos.
Últimos artigos deMarcelo Müller (Ver Tudo)
- O Porão da Rua do Grito - 30 de outubro de 2025
- Malês - 2 de outubro de 2025
- Bird - 26 de setembro de 2025
 
 
 
				
