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O Secretário especial da Cultura, Mário Frias, atacou a Lei Paulo Gustavo durante o programa Direto ao Ponto, da Rádio Jovem Pan, nesta segunda-feira, 20. “Não sou contra o fomento, sou contra a distribuição de recursos aleatórios. Se essa lei passar, o governo federal vai se transformar em um caixa eletrônico compulsório. Vai acontecer na cultura o que aconteceu na Covid-19, o ‘Culturão’. Eles querem colocar R$ 4,8 bilhões por ano, sem nenhuma gerência do governo”, disse o político sem dar maiores detalhes sobre a acusação. Como já tinha feito em outro momento quando questionado sobre o incêndio que destruiu parte do acervo da Cinemateca Brasileira em julho deste ano, ele nova e levianamente deixou no ar a possibilidade de que tudo pode ter sido criminoso: “Não posso afirmar que é [criminoso] como também não posso afirmar que não é. Só não vou tapar o sol com a peneira. Não posso afirmar que há ou o que não há, mas fizemos tudo o que era possível”.

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O grande “problema” de Mário Frias com a Lei Paulo Gustavo (batizada em homenagem ao ator que morreu de Covid-19, e cujo texto você pode conferir aqui, via portal do senado) é que por meio dela a união repassaria os valores a serem administrados por estados e municípios. Por isso ele cita em sua fala o “que aconteceu com a Covid-19”, já que os recursos federais são geridos por governadores e prefeitos. No fim das contas, se trata de mais uma tentativa de atribuir responsabilidades aos outros, como se o governo federal fosse um provedor generoso e as administrações locais fossem responsáveis por desvios, corrupção, má utilização dos recursos e afins. Questionado sobre a ampla reclamação cultural quanto à sua gestão, ele se defendeu dizendo: “Essa história que estamos travando a cultura é mentira. Vamos lançar meio bilhão de edital na Ancine, ano passado lançamos uma linha de crédito para pequenos exibidores de 408 milhões de reais, vamos lançar outra de mais de 450 milhões de reais. Ano passado, a Lei Aldir Blanc distribuiu 3 bilhões de reais. Nenhum governo, de tempo algum, investiu em um ano só essa quantia. Mas se você me perguntar se esses recursos vão chegar para a mesma turminha, eu digo que não”.

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.
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