Você já deve ter visto por aí uma cena em que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, interage com o ex-vice presidente norte-americano Al Gore nos bastidores do Fórum Econômico Mundial de Davos, em 2019. Se não, basta uma rápida pesquisa no Google para ficar inteirado sobre o assunto. Pois bem, esse trecho faz parte do documentário O Fórum (2019), recentemente lançado em plataformas digitais pela O2Play. Antes mesmo de virar modinha a chacota, nosso editor Marcelo Müller já tinha citado na sua crítica (o texto complexo você pode ver aqui) que: “Marcus Vetter sublinha o despreparo do chefe do executivo brasileiro, isso depois de pontuar a expectativa prévia de políticos e gestores para ouvir o ultradireitista falar. Ele distingue o desconforto de Bolsonaro diante de Al Gore, uma das vozes mais conhecidas do ativismo climático. O estadunidense se mostra embasbacado ao ouvir do chefe de Estado que acredita ser importante Brasil e Estados Unidos explorarem a Amazônia (atenção ao verbo)”.

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Ao jornal O Globo, o cineasta alemão Marcus Vetter explicou como registrou a cena que viralizou e, certamente, vai ajudar a carreira comercial de seu filme: “De cara eu vi que Bolsonaro seria uma espécie de guia para essa leitura que propomos de Davos. Chegamos com a câmera e um captador de som de 3 metros perto dele e perguntamos se poderíamos filmar. Com ajuda de um tradutor, Bolsonaro respondeu: ‘Claro, sem problemas’. Ele estava isolado. Ninguém queria ficar perto do Bolsonaro. Assim que ligamos o som e o vídeo apareceu o Al Gore e perguntou sobre uma pessoa que Bolsonaro disse ser seu inimigo (Alfredo Sirkis). Eu não sei se o Al Gore fez aquilo de forma proposital, como uma plataforma pessoal, já que ele viu a camêra e é um conhecido ativista do clima, ou se foi só uma gafe. Perguntado sobre o que ele achava de Bolsonaro, Vetter foi enfático: “Bolsonaro é um sinal dos nossos tempos. E isso deveria servir como reflexão para nós. Como o povo, ou pelo menos parte do povo, chega ao ponto de eleger uma pessoa dessas para liderar uma país inteiro?”. Também queremos entender, Marcus.

Bolsonaro num momento “vergonha alheia” ao responder para Al Gore sobre a Amazônia – Foto: Divulgação/O2Play
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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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