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Sinopse

Jensen Ames é um ex-piloto profissional condenado por um terrível assassinato. Encarcerado em Terminal Island, uma prisão de segurança máxima com regras próprias, ele se vê obrigado a voltar às pistas e participar de uma competição mortal cujo vencedor pode conquistar a liberdade.

Crítica

Jason Statham é um cara legal. Joan Allen é uma das melhores atrizes da atualidade. E uma coisa que os dois sabem fazer com suas carreiras é sempre procurar projetos que garantam uma coisa: bons momentos de diversão. E Corrida Mortal é exatamente isso: entretenimento despreocupado. Nada do que é exibido na tela em pouco mais de uma hora e meia de projeção pode ser levado muito a sério, a começar pela própria trama até as atuações dos intérpretes principais. É clichê, sim, mas assumido. E como as expectativas antes de entrar na sala de cinema são muito baixas, fica mais fácil se contentar com algo e, por incrível que pareça, até acabar curtindo.

Remake de Corrida da Morte: Ano 2000 (1975), estrelado por David Carradine, Corrida Mortal atualiza a idéia de uma competição em que tudo é válido, até que sobre apenas um dos participantes vivo no final. Statham é um ex-campeão de automobilismo acusado injustamente pelo assassinato da esposa que acaba parando no presídio mais visado do país. E isso porque o lugar promove corridas entre os detentos, transmitidas ao vivo via online para milhões de internautas sádicos loucos por mortes reais e manobras alucinantes. Ele chega para substituir o antigo campeão, morto na última disputa – mas como usava uma máscara, não importa muito quem estará por detrás dela desde que a lenda e o mito permaneçam. A motivação que o leva a aceitar o desafio é a promessa de liberdade caso saia vitorioso, o que significa reencontrar a filha pequena.

Os problemas de Corrida Mortal são tão diversos quanto óbvios. Eles estão exatamente onde imaginamos encontrá-los, então não há muito porque discuti-los. A direção é maneirista, a edição é estilo videoclipe, as atuações estão no automático e a trilha sonora é exagerada. O que se salva? O ritmo do enredo, construído de forma ágil e pouco cansativa, que colabora no envolvimento do público com o desenvolvimento da ação. Os efeitos especiais, bastante realistas e muitas vezes surpreendentes. E os protagonistas, que estão visivelmente curtindo seus papéis. Principalmente Statham, que coleciona personagens como esse, e Allen, longe da densidade dos seus projetos habituais.

Uma das melhores coisas escritas a respeito de Corrida Mortal falava sobre o diretor Paul W.S. Anderson. A matéria afirmava que “quando a família Anderson entrou na fila de talentos, Paul W.S. ficou em último lugar”. E faz sentido! Enquanto Paul Thomas entregou novos clássicos como Sangue Negro (2007) e Boogie Nights: Prazer Sem Limites (2003), e Wes confirmou sua criatividade em trabalhos como Os Excêntricos Tenenbaums (2001), este aqui é, definitivamente, o ‘primo pobre’, apenas cumprindo tabela em títulos como Mortal Kombat (1995) e Resident Evil: O Hóspede Maldito (2002), entre outros igualmente 'memoráveis'. E agora ele mostra novamente que sabe fazer apenas mais do mesmo. E nada além.

Corrida Mortal não foi uma produção das mais baratas: com um orçamento de US$ 45 milhões, arrecadou nas bilheterias norte-americanas aproximadamente US$ 36 milhões. Com a ajuda dos mercados internacionais até se pagou, mas sobrou pouca coisa. Sinal que os produtores Roger Corman e Tom Cruise (que chegou a ser cogitado para o papel principal, mas caiu fora a tempo) não fizeram a melhor das escolhas. Mas esse desempenho mostra bem o que é o filme: algo que não prejudica, mas também não entusiasma.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.

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