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Sinopse

O impiedoso imperador dragão é amaldiçoado pela feiticeira Zi Juan, o que faz com que ele e seu exército de 10 mil homens seja petrificado. Mais de dois milênios depois o túmulo do imperador dragão é descoberto por Alex O'Connor, filho dos aventureiros Rick e Evelyn, que deixou os estudos para se dedicar à escavação.

Crítica

Os dois primeiros filmes, de 1999 e 2001, já não eram grande coisa, e mesmo assim geraram um spin-off (O Escorpião Rei, de 2002). Então não chega a ser nenhuma novidade a realização deste terceiro episódio da saga A Múmia. Mas o que mais surpreende é o fato de Tumba do Imperador Dragão conseguir ser ainda pior do que qualquer um dos três anteriores. E olha que condições não faltaram. Além do astro original, Brendan Fraser, retomar seu papel de maior sucesso, foram gastos inacreditáveis US$ 175 milhões, para um resultado que deixa a desejar em todos os aspectos.

Tumba do Imperador Rei se passa exatamente após o mesmo período que separa este filme e O Retorno da Múmia: 7 anos depois. Rick (Fraser) e Evelyn O’Connell (Maria Bello, substituindo Rachel Weisz, que se recusou a participar desta continuação por divergências no roteiro – sábia decisão!) estão casados e levam uma vida pacata no interior da Inglaterra. Já o filho adolescente dos dois (o apático e desconhecido Luke Ford), sem que eles saibam, acaba trilhando o mesmo caminho dos pais, e participa de uma descoberta arqueológica importantíssima na China: a localização da tumba do imperador dragão e de seus guerreiros Terracota. Este argumento é inspirado num fato verídico, a tumba do primeiro imperador da Dinastia Qin, em Xi’an. Estes artefatos são disputados por mafiosos locais que desejam trazer o antigo imperador de volta à vida. E, é claro, só os nossos conhecidos aventureiros poderão enfrentar tal ameaça.

Apesar de A Múmia e O Retorno da Múmia terem sido dirigidos por Stephen Sommers e de O Escorpião Rei ter contado com Chuck Russell no comando, quem assumiu a função em A Múmia 3 foi Rob Cohen, com Sommers apenas produzindo. Cohen tem no currículo outras obras igualmente descartáveis, como Daylight (1996), Velozes e Furiosos (2001) e Triplo X (2002). E desta vez ele entrega mais um passatempo repleto de exageros e conteúdo nulo, mais ou menos seguindo a linha dos trabalhos assinados por Michael Bay. Há efeitos especiais em profusão, Fraser com a mesma cara de pateta de sempre (como no recente Viagem ao Centro da Terra) e pouquíssimo espaço em cena para o vilão vivido por Jet Li, que tem escassas oportunidades de mostrar o seu melhor – ou seja, lutando. O que deveria ser o clímax da história, o embate entre os dois, termina por ser reduzido a um confronto de acrobacias desenhadas e tensão zero.

Um bom sinal de que talvez estejamos diante do ponto final das aventuras de A Múmia é o retumbante fracasso deste terceiro filme nos Estados Unidos: além de ter sido massacrado pela crítica, a arrecadação nas bilheterias, no primeiro mês de exibição, foi inferior à metade do orçamento total. Claro que tendo um Batman – O Cavaleiro das Trevas como concorrente não ajudou muito, mas mostra bem o tamanho do pastel de vento que é este filme. Tumba do Imperador Rei não emociona, não convence nem entretém. E o seu destino, felizmente, parece ser o esquecimento mais breve possível. Nada mais justo.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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Robledo Milani
3
Adriana Androvandi
4
MÉDIA
3.5

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