Crítica
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Sinopse
Castle Rock
Castle Rock :: T02
Episódio | Data de exibição |
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Castle Rock :: T02 :: E01 | 23/10/2019 |
Castle Rock :: T01
Episódio | Data de exibição |
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Castle Rock :: T01 :: E10 | 12/09/2018 |
Castle Rock :: T01 :: E09 | 5/09/2018 |
Castle Rock :: T01 :: E08 | 29/08/2018 |
Castle Rock :: T01 :: E07 | 22/08/2018 |
Castle Rock :: T01 :: E06 | 15/08/2018 |
Castle Rock :: T01 :: E05 | 8/08/2018 |
Castle Rock :: T01 :: E04 | 1/08/2018 |
Castle Rock :: T01 :: E03 | 25/07/2018 |
Castle Rock :: T01 :: E02 | 25/07/2018 |
Castle Rock :: T01 :: E01 | 25/07/2018 |
Crítica
No segundo episódio de Castle Rock há uma abertura significativa, proporcionada pela narração de Dale (Terry O'Quinn), o diretor de Shawshank que cometeu suicídio bem no dia em que se aposentava da penitenciária. A função desse dispositivo é, com o devido peso póstumo, mostrar o que acontece na cidade, criando uma espécie de mitologia maligna. Vários episódios de brutalidade são alinhavados pela voz desse homem que se expressa como alguém que encarou a face do diabo e teve conversas esclarecedoras com Deus. Aliás, segundo ele, o Todo Poderoso mostrou que, para além do metafórico, o mal está encarnado em Castle Rock, fazendo da localidade amaldiçoada, sobretudo em virtude da presença de um menino que nunca mais deveria vez a luz do sol. A esfera religiosa é, também, percorrida por Henry (André Holland), filho do pastor assassinado, incriminado por todos como culpado do ocorrido. Ele retorna à congregação local, sendo considerado redimido, ou seja, uma figurinha carimbada do cristianismo.
Lá, inclusive, nos bancos da igreja, ele conhece a curiosa Jackie Torrance (Jane Levy), que quebra o silêncio velado e diz exatamente como Castle Rock entende o que fatidicamente lhe aconteceu no passado. Uma curiosidade: Torrance é o sobrenome do protagonista de O Iluminado, obra de Stephen King que ficou amplamente conhecida pela adaptação cinematográfica dirigida por Stanley Kubrick. Há relação, já confirmaram os criadores da série. Nesse segundo momento, percebe-se a exploração de elementos e personagens periféricos, o que amplia a abordagem, tornando-a ainda mais próxima ao terror, seja ele o associado à possível existência de uma criatura maligna que amaldiçoa os locais, ou o que diz respeito aos danos psicológicos ocasionados exatamente por essa aura opressora que paira sobre o condado excluído do mapa. Neste sentido, Molly (Melanie Lynskey), que havia aparecido de relance anteriormente, aqui ganha espaço considerável para deixar uma pista quanto à sua importância ao desenrolar da trama.
Menina que mantinha contato com Henry na infância, trocando mensagens à distância, ela virou uma adulta com distúrbios que a fazem refém de medicamentos/drogas. Sua conduta torta com a irmã que demonstra preocupação chama atenção suficiente, mantendo-a no radar, em meio a tantos personagens envolventes, donos de traços característicos que os tornam relevantes dentro do que se está construindo. O prisioneiro misterioso (Bill Skarsgård) ganha outro status a partir do momento em que sua presença, já atemorizante, é significada pela fala do narrador-defunto, de quem foi cativo durante bastante tempo. Dale imputa a esse jovem de olhos refratários a um escrutínio óbvio toda a carga de tragédias que se abateu sobre Castle Rock, pintando-o como um demônio, ou algo desse naipe, o que faz com que cada movimento seu gere uma expectativa no espectador. Não é difícil, em meio a esse processo, imaginar o destino do novo colega de cela, assim que, por conta de uma medida austera, ele é transferido.
O segundo episódio de Castle Rock, portanto, cumpre a função que dele se espera, expandindo as conjunturas apresentadas e propondo outras que substanciam as iniciais. O subtexto político continua presente, com menções a George Bush pai como “o Bush do bem”, além de alusões à falência do modelo prisional privado. Não à toa, uma morte decorre da necessidade de aglutinar encarcerados para diminuir custos. Um personagem chega a verbalizar que algo como uma cadeia não deveria permanecer nas mãos de quem a vê como um negócio. Alan (Scott Glenn), ex-policial que vive com a mãe de Henry, Ruth (Sissy Spacek), outrora notório por encontrar o garoto no lago congelado após dias de desaparecimento, também ganha espaço, ensaiando se tornar uma das principais figuras da série. Representante da velha guarda, não afeito a tecnologias digitais e afins, ele vira beneficiário de um testamento macabro, recebendo a missão de salvaguardar Castle Rock do mal prestes a ser reativado.
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