Nas nossas notícias, volta e meia citamos que o roteiro tal esteve na Black List do ano tal. Mas, você sabe do que se trata essa Black List (lista negra, em tradução livre)? Para começo de conversa, é bom evitarmos uma confusão. Lista Negra foi a nomenclatura dada à lista com roteiristas, atores, diretores, músicos – entre outros profissionais do cinema – que supostamente simpatizavam com o comunismo nos Estados Unidos dos anos 1940/50. Uma vez figurando nesse cadastro, os profissionais não recebiam trabalho por parte dos estúdios, ou seja, ficavam absolutamente desempregados e sem uma perspectiva imediata. Mas, os meandros dessa prática abjeta, à qual aderiu a ala puritana e persecutória da sociedade norte-americana, fica para se destrinchada por aqui num outro momento. A Black List à qual nos referimos agora é a famosa lista dos melhores roteiros de cada ano, entre os que ainda não foram produzidos. Tudo começou em 2005, quando Franklin Leonard, então executivo da produtora Appian Way, entrevistou cerca de 100 colegas de Hollywood para saber, entre todos os roteiros que tinham passado por suas mãos, e que ainda não tinham virado filme, quais lhe pareciam mais promissores. Ele compilou os melhores e a divulgação do resultado circulou rapidamente, virando sucesso instantâneo na meca do cinema estadunidense.
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Atualmente, a Black List virou uma publicação anual que compila as opiniões de mais de 300 executivos de Hollywood. Estima-se que dessa lista já saíram mais de 300 filmes e 264 nomeações para Oscar – seus exemplares ganharam 48 estatuetas, sendo 10 dos últimos 20 prêmios de Melhor Roteiro. É mole? Em decorrência desse sucesso, Franklin Leonard criou em 2012 um serviço de feedback para roteiristas, a partir do qual há uma facilitação de intercâmbio entre nomes consagrados e iniciantes na área. Evidentemente que nos dias de hoje a simples menção de figurar na Black List faz um roteiro se tornar cobiçado e altamente valioso, já que ele representa o gosto dos homens e mulheres que serão responsáveis por dar o sinal verde para a existência dos filmes. Dentre as produções que tiveram seus roteiros incluídos em alguma Black List, de 2005 para cá, destacamos Eu, Tonya (2017), Bird Box (2018), Manchester à Beira-Mar (2016), Spotlight: Segredos Revelados (2015), Whiplash: Em Busca da Perfeição (2014), Argo (2012), Quem Quer ser um Milionário? (2008), Os Descendentes (2011) e O Regresso (2015).
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