Senhorinhas acima de qualquer suspeita são sempre surpreendentes nos escritos de Agatha Christie. No caso deste filme policial de 1961, a primeira de quatro produções dirigidas por George Pollock e protagonizadas pela consagrada atriz inglesa Margaret Rutherford, acompanhamos a apresentação na tela grande da solitária Jane Marple, leitora voraz de histórias de mistério que vê sua pacata existência mudar ao presenciar uma mulher ser estrangulada pela janela de um trem. É o acontecimento que faltava para que ela vivesse as emoções que, até então, só os livros lhe proporcionavam. Mesmo com um discurso repleto de detalhes, Jane não consegue convencer a polícia sobre o crime que presenciou, pois nenhum corpo foi encontrado e todos os passageiros chegaram ao destino. Logo, o jeito é deixar o instinto de detetive aflorar e investigar por conta própria o que, afinal, aconteceu naquela cabine. Sua primeira decisão é arrumar um emprego de governanta numa mansão cujo dono é um milionário com longa lista de desafetos, todos integrando o índice de suspeitos de Jane. Como é comum em adaptações literárias para a tela grande, há diversas diferenças entre a trama do livro e o roteiro, como a presença do personagem Mr. Stringer, no filme interpretado por Stringer Davis, marido de Margareth Rutherford na vida real.

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é jornalista e especialista em cinema formada pelo Centro Universitário Franciscano (UNIFRA). Com diversas publicações, participou da obra Uma história a cada filme (UFSM, vol. 4). Na academia, seu foco é o cinema oriental, com ênfase na obra do cineasta Akira Kurosawa, e o cinema independente americano, analisando as questões fílmicas e antropológicas que envolveram a parceria entre o diretor John Cassavetes e sua esposa, a atriz Gena Rowlands.
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