Todos os cinco indicados nesta categoria também concorreram na premiação do Costume Designers Guild Awards, o Sindicato dos Figurinistas de Hollywood, o mais forte precursor do Oscar nesse quesito. No entanto, ainda que quem realmente entende do assunto divida os trabalhos em três áreas de excelência – Figurinos Contemporâneos, de Época e de Fantasia/Ficção Científica – os aqui selecionados se dividiram entre apenas as duas últimas, sendo que nenhum dos concorrentes mais “modernos”, por assim dizer, foram representados. Seria algum preconceito? De qualquer forma, fica evidente que o premiado pelo sindicato da área é o grande esnobado do ano. Entre os demais, temos o longa campeão de indicações, um que deve fazer bonito na festa e outros três que despertaram interesse em apenas um ou duas categorias técnicas, sem maiores repercussões. Quem, enfim, deverá sair com a cobiçada estatueta dourada em mãos? Confira nossas apostas em Melhor Figurino!
Indicados
- Emma., de Alexandra Byrne
- A Voz Suprema do Blues, de Ann Roth
- Mank, de Trish Summerville
- Mulan, de Bina Daigeler
- Pinóquio, de Massimo Cantini Parrini
FAVORITO
Ann Roth, por A Voz Suprema do Blues
A veterana Ann Roth – está completando 90 anos em 2021 – está em sua quinta indicação ao Oscar, já tendo ganho pelo drama O Paciente Inglês (1997). Roth chegou a trabalhar em clássicos como Klute: O Passado Condena (1971) e Hair (1979), e em A Voz Suprema do Blues ela atinge um outro nível de reconhecimento, mesmo estando já em um estágio tão avançado de sua carreira. Premiada no CDGA como Melhor Figurino em Filme de Época – vencendo concorrentes como Mank e Emma. – ela também foi premiada nesta temporada no Bafta, Critics Choice e nas premiações dos críticos de Chicago, Havaí, Las Vegas e Phoenix. Ou seja, ganhou praticamente todas as disputas a que participou. E dificilmente esse mesmo resultado não se repetirá na noite do dia 25 de abril – merecidamente!
AZARÃO
Bina Gaigeler, por Mulan
Essa é a primeira indicação ao Oscar de Bina Gaigeler, figurinista alemã que trabalhou em sucessos como o espanhol Tudo Sobre Minha Mãe (1999) – pelo qual foi indicada ao Goya – ou a série Mrs. America (2020) – que lhe rendeu uma indicação ao Emmy. Nos Estados Unidos, onde tem atuado desde o thriller Fuga Implacável (2012), ela alcançou agora seu maior destaque com Mulan, que lhe rendeu indicações ao Satellite, Critics Choice e nas premiações dos críticos do Havaí e na Associação dos Críticos Latinos. Por fim, foi premiada no CDGA como Melhor Figurino em Filme de Fantasia/Ficção Científica, quesito que nem sempre recebe a atenção devida, mas aqui marcou presença com dois representantes – entre os seus concorrentes estava também o italiano Pinóquio. Ou seja, dificilmente fará frente ao favoritismo de Ann Roth, mas uma vitória no Sindicato dos Figurinistas sempre pode resultar em uma surpresa de última hora!
SEM CHANCES
Massimo Cantini Parrini, por Pinóquio
O italiano Massimo Cantini Parrini, nascido em Florença há 50 anos, está concorrendo ao Oscar pela primeira vez, mas está longe de ser considerado um novato nos meandros hollywoodianos. Afinal, foi assistente de figurino em blockbusters como Van Helsing: O Caçador de Monstros (2004) e A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005), e vestiu estrelas como Salma Hayek, em O Conto dos Contos (2015), e Helen Mirren, em Ella e John (2017). Parceiro de longa data do diretor Matteo Garrone, por Pinóquio ganhou seu quarto David di Donatello (o “Oscar” italiano), mas nos Estados Unidos passou em branco em absolutamente todas as premiações prévias – a única indicação que recebeu foi ao CDGA, e mesmo assim, sem vitória. Ou seja, a simples indicação já foi um prêmio e tanto, um sonhado reconhecimento internacional para um artista que certamente ainda tem muito a contribuir nos próximos anos.
ESQUECIDO
Nancy Steiner, por Bela Vingança
A figurinista Nancy Steiner não é nenhuma novata, ainda que seu trabalho em Bela Vingança tenha sido o primeiro a alcançar uma maior repercussão. Premiada no Costume Designers Guild Awards como Melhor Figurino em Filme Contemporâneo, ela já havia concorrido nessa mesma premiação pelos vestuários da comédia romântica Garota da Vitrine (2005) e da comédia dramática Pequena Miss Sunshine (2006) – ou seja, como se percebe, sua expertise é em figurinos atuais, não na recriação de visuais do passado ou na imaginação de algo fantástico ou futurista. Infelizmente, o Oscar não tem um histórico que demonstre um maior apreço por esse olhar do agora, geralmente apostando mais no passado (ou mesmo no amanhã) em suas escolhas. Indicada neste ano ainda ao Critics Choice, Gold Derby, Online Film & Television Association e na premiação da Associação dos Críticos Latinos, é um nome a ficar atento – e que ainda deverá chamar muita atenção nos próximos anos.
:: Confira aqui tudo sobre o Oscar 2021 ::
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