The King of the Underdogs, algo como o Rei dos Perdedores, dos vira-latas. Assim foi apelidado o cineasta John G. Avildsen no documentário lançado em 2017 a respeito de sua vida e obra. Falecido em junho deste ano, o diretor de Rocky: Um Lutador (1976), Karatê Kid (1984) e Sonhos do Passado (1973) era conhecido por comandar histórias com personagens falhos, marginais, que tentavam provar algo para si ou para o mundo. Talvez fosse uma forma de contar sua própria vida através dos filmes. Provavelmente ele se via como um underdog. Avildsen começou a carreira como assistente de diretores como Otto Preminger e Arthur Penn, até conseguir sua chance de estrear como cineasta no indie Joe: Das Drogas à Morte (1970). O filme chamou a atenção e foi o trampolim para outros trabalhos, como o premiado Sonhos do Passado, que deu a Jack Lemmon seu segundo Oscar de Melhor Ator. A consagração viria, claro, com Rocky, projeto idealizado por Sylvester Stallone como um veículo para que pudesse estrelar um longa, quando ninguém lhe dava chances. Avildsen embarcou na produção com intensidade e capturou a atenção do público. Naquele ano, venceu o Oscar de Melhor Diretor em cima de nomes como Sidney Lumet e Ingmar Bergman. Ele viria a ser indicado novamente por seu documentário Traveling Hopefully (1982). Na memória afetiva do público, a trilogia Karatê Kid se destaca, assim como Meu Mestre, Minha Vida (1989), edificante filme estrelado por Morgan Freeman. Avildsen se aposentou do ofício no final do século passado, com o filme Inferno (1999), tendo pedido para não ser creditado por conta das inúmeras intervenções do estúdio. Faleceu aos 81 anos, vítima de câncer no pâncreas.

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é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista, produz e apresenta o programa de cinema Moviola, transmitido pela Rádio Unisinos FM 103.3. É também editor do blog Paradoxo.
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