Uma atriz pioneira. Assim pode ser definida Vida Alves, que nos deixou em janeiro deste ano. Ao iniciar sua carreira, ainda no rádio, ela já mostrava que não se daria por satisfeita apenas atuando, e conciliou o trabalho de atriz com os de roteirista e apresentadora. Com a chegada da televisão no Brasil, Vida passou a dedicar-se também ao novo veículo e foi protagonista de dois momentos importantes. Um deles, em 1951, o primeiro beijo em uma telenovela, na extinta TV Tupi, em Sua Vida Me Pertence, na qual fazia par com Wálter Foster. Doze anos depois, na mesma emissora, Vida entraria novamente para a história ao encenar, junto com a atriz Geórgia Gomide, o primeiro beijo gay da nossa telinha, exibido num dos episódios do programa TV Vanguarda, que apresentava uma adaptação da peça Infâmia, da dramaturga norte-americana Lillian Hellman. Ao lado de um grupo de colegas de trabalho que viram a TV nascer no país, Vida fundou nos anos 90 a Associação dos Pioneiros Profissionais e Incentivadores da Televisão Brasileira, conhecida como Pró-TV, do qual ela foi presidente até 2016. Pela extrema dedicação em seus trabalhos televisivos, a atriz pode ser vista na telona do cinema apenas três vezes, nos filmes Quase no Céu (1940), de Oduvaldo Vianna, Paixão Tempestuosa (1954), de Antônio Tibiriçá e A Pequena Órfã (1973), de Clery Cunha.

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é jornalista e especialista em cinema formada pelo Centro Universitário Franciscano (UNIFRA). Com diversas publicações, participou da obra Uma história a cada filme (UFSM, vol. 4). Na academia, seu foco é o cinema oriental, com ênfase na obra do cineasta Akira Kurosawa, e o cinema independente americano, analisando as questões fílmicas e antropológicas que envolveram a parceria entre o diretor John Cassavetes e sua esposa, a atriz Gena Rowlands.
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