Vicencia Militello Martelli talvez fosse um nome grande demais para uma mulher que não precisava de explicações. Assim, reduziu o prenome e eliminou o último sobrenome, restando apenas Vic Militello. Desde pequena sonhava em ser atriz, algo natural para quem era filha de um casal de atores, Dirce e Humberto Militello. Estreou na telinha com pouco mais de 20 anos em uma participação no infantil Sítio do Pica-pau Amarelo (1967). Dois anos depois, estava na tela grande, em Deu a Louca no Cangaço (1969), de Fauzi Mansur e Nelson Teixeira Mendes, aparecendo junto de comediantes como Ankito e Castrinho. A veia cômica seguiu falando alto, e, aliada a um corpo curvilíneo, a fez, nos anos seguintes, uma favorita das pornochanchadas, as comédias de teor erótico que hoje em dia não deixariam ninguém enrubescido. Títulos como O Poderoso Machão (1974) e Pesadelo Sexual de um Virgem (1976), ambos de Roberto Mauro, foram alguns dos sucessos que ela estrelou na época. Ao mesmo tempo, encontrava espaço na agenda para trabalhos mais elaborados, como o visto em O Rei da Noite (1975), de Hector Babenco, aparecendo ao lado de Paulo José e Marília Pêra. Militello seguiu alternando trabalhos na televisão, como as novelas Estúpido Cupido (1976), Vereda Tropical (1984) e O Primo Basílio (1988), que a tornaram popular em todo o país, com performances que a fizeram ser respeitada no meio cinematográfico, como em Romance da Empregada (1987), de Bruno Barreto, e O Homem do Ano (2003), de José Henrique Fonseca. Sua despedida foi do jeito que gostava, aparecendo ao lado de Lázaro Ramos no divertido Amanhã Nunca Mais (2011), de Tadeu Jungle. Vic Militello já estava afastada do cenário artístico há alguns anos, tratando de um câncer que acabou lhe vitimando. Faleceu no dia 28 de janeiro deste ano, aos 73 anos, no Rio de Janeiro.
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