20200914 cinema pipoca papo de cinema

Recentemente, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, anunciou que aparelhos culturais, tais como cinemas, teatros e anfiteatros poderiam voltar às suas atividades nesta segunda-feira, 14, claro, desde que obedecidos os protocolos firmados para diminuir o risco de contágio pela COVID-19. No entanto, os exibidores cariocas decidiram manter as salas fechadas por conta de um senão que, segundo eles, inviabiliza economicamente o funcionamento dos espaços. Como condição para a reabertura, os cinemas não podem ter operacionais as suas bombonieres ou quaisquer espaços de vendam de comida e bebida. Os exibidores do Rio de Janeiro tomam, assim, uma atitude muito parecida com algumas redes de Brasília que também se posicionaram dessa forma diante do veto à comercialização.

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De acordo com a nota enviada à imprensa, os exibidores consideram inviável economicamente uma reabertura que não contemple o funcionamento de suas bombonieres e espaços similares. Lembrando que um dos protocolos de segurança mais polêmicos defendidos pelos exibidores é justamente a retirada da máscara – obrigatória durante toda a permanência no recinto – justamente para comer e beber. Sobre isso, falamos bastante no nosso podcast que discutiu justamente a possível reabertura dos cinemas. Você pode ouvi-lo clicando aqui. Abaixo, na íntegra, a nota enviada pelos exibidores à imprensa.

 

“Os exibidores de cinema da cidade do Rio de Janeiro agradecem o reconhecimento do Prefeito de que nossas salas são tão ou mais seguras que restaurantes, salões de festa e academias. Os cinemas estão liberados para funcionar na cidade a partir de segunda-feira, 14 de setembro. Entretanto, NÃO VAMOS ABRIR. Inesperadamente a prefeitura decidiu suspender a compra de comida e bebida nas bombonieres dos cinemas e o consumo dentro das salas.

Isso inviabiliza o negócio. Não conseguimos pagar os salários dos nossos funcionários nem os outros custos relacionados à operação dos cinemas. Dentro das salas de cinema os clientes estarão sentados com distanciamento social garantido num ambiente cujo ar-condicionado promove renovação de ar contínua e é regulamentado em lei e fiscalizado. O que nos diferencia de praças de alimentação de shoppings? O Rio escolhe um caminho de excepcionalidade em relação às demais prefeituras onde os cinemas estão voltando a funcionar. Lamentamos profundamente adiar mais uma vez essa reabertura, o que poderá acarretar o fechamento de salas numa cidade que já foi a capital do cinema.

Os exibidores do Rio de Janeiro”

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.
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