O domingo, 23, no 19º CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto foi marcado por lançamentos de livros, encontros para discutir animação e pela aguardada festa junina organizada no centro de convenções, uma das principais sedes do festival. Próximo ao meio-dia, o público fazia fila no hall do espaço de convivência para comprar alguns lançamentos editoriais e ainda ter a oportunidade de uma interlocução com os atores e as autoras. Entre os livros lançados e/ou que ganharam atenção especial no 19º CineOP se encontram A Forma Realizada: O Cinema de Animação, de Dean Luis Reyes, A Arte da Crítica, de Luiz Zanin Oricchio, e Memórias de Luz e Som: O Cinema de Wong Kar-Wai pelo Prisma de Gilles Deleuze, de Ludmila Moreira Macedo de Carvalho. Imediatamente depois começou a coletiva de imprensa com os cineasta animadores Marão, Sávio Leite, Igor Bastos, Tânia Anaya e Marco Arruda. No centro da conversa com os jornalistas presentes estava o panorama da animação no Brasil.
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Marão, que recentemente lançou nos cinemas Bizarros Peixes das Fossas Abissais (2023), falou do seu processo de trabalho absolutamente artesanal, com mais de 200 mil desenhos feitos a mão, sem atender aos protocolos mais comuns nesse tipo de produção. Instigados pelas perguntas dos jornalistas e influenciadores presentes, os realizadores falaram bastante da dificuldade para encontrar públicos e, tendo isso em vista, a necessidade de fomentar meios alternativos de distribuição num mercado dominado pelas majors norte-americanas. Igor Bastos, diretor de Placa-Mãe (2023), afirmou que as empresas de streaming estão oferecendo valores irrisórios pelos licenciamentos dos filmes brasileiros de animação, por isso prefere experimentar outras telas a fim de não ceder por pouco dinheiro o direito de exploração da obra nacional a empresas estrangeiras de comportamento extrativista. Provocado pela pergunta de um jornalista sobre o estigma da animação como um gênero infantil, Sávio Leite foi enfático ao afirmar que, até como professor universitário, briga diariamente contra essa visão restritiva da animação no Brasil. Todos comentaram também sobre a diferença de panorama quando o assunto é a formação de novos animadores, uma vez que, segundo Marão, o primeiro curso de especialização voltado à área tem menos de 15 anos no Brasil.
FESTA JUNINA
Dando uma pausa na programação de cinema e nos debates acerca de animação, educação e preservação, o 19º CineOP promoveu uma festa junina que engrossou a fileira dos festejos paralelos deste ano – que contou, dias atrás, com show gratuito de Paulinho Moska. Se antecipando aos festejos do Dia de São João, comemorado no dia 24 de junho, os convidados se esbaldaram nas barraquinhas temáticas e nas brincadeiras típicas da festividade, especialmente na quadrilha que atraiu diversos pares para dançar e cantar no Arriá do CineOp.
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