17 set

Cinefantasy 2021 :: Terror, ficção científica, representatividade negra e LGBTQIA+ marcam seleção de curtas

Até o momento, a cobertura do Papo de Cinema para o 12º Cinefantasy tem se concentrado principalmente nos longas-metragens: nós já vimos o boliviano Anomalia (2019), premiado no FANTLATAM; o brasileiro As Almas que Dançam no Escuro (2021), em estreia mundial, e o austríaco Criaturas Ordinárias (2020), uma estranhíssima comédia de costumes – apenas para citar alguns filmes com crítica no site.
No entanto, a programação online e gratuita, que vai até o dia 19 de setembro, inclui nada menos do que 86 curtas-metragens de 22 países. Esta é a rara oportunidade de descobrir a produção fantástica de Alemanha, Argentina, Austrália, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Coréia do Sul, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Hungria, Indonésia, Itália, México, Noruega, Peru, Reino Unido, Taiwan e Turquia.
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O Jardim Fantástico

A seleção se divide em mostras temáticas: Horror, Ficção Científica, Fantasteen, Fantasia, Estudante, Brasil Fantástico, Amador, Pequenos Fantásticos, Espanha Fantástica, Animação, Mulheres Fantásticas, Fantástica Diversidade e Fantastic Black Power. A curadoria, composta unicamente por mulheres pela primeira vez na história do evento, organizou as sessões de modo a contemplar a resposta do cinema de autor aos principais conflitos da atualidade.
Assim, a estranheza típica do cinema de gênero se aplica a filmes como Autopercepção da Mulher-Lobisomem (2021), reimaginando a lenda pelo prisma feminino; Inabitáveis (2020); onde a expansão das fronteiras da sexualidade e do corpo permite uma viagem fantástica pela natureza humana; O Verbo se Fez Carne (2019), performance representando a violência contra comunidades indígenas, e O Jardim Fantástico (2021), onde uma estranha engrenagem na floresta permite a uma criança descobrir outra realidade.
A programação completa se encontra no site oficial do 12º Cinefantasy, além da plataforma Innsaei.TV, para a maioria dos 119 títulos selecionados, e do Spcine Play, onde se encontram as produções da homenagem à atriz e cineasta Helena Ignez.

Bruno Carmelo

Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.

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