O cineasta iraniano Jafar Panahi começou nesta quarta-feira, 01, uma greve de fome para protestar contra a manutenção de sua prisão na petitenciária de Evin, em Teerã, mesmo que recentemente a Suprema Corte iraniana tenha anulado o processo que levou o artista originalmente ao cárcere. O realizador emitiu um comunicado à imprensa por meio de seus familiares em que menciona “tratamento ilegal e desumano” ao qual estaria sendo submetido pelas autoridades islâmicas, anunciando que vai parar de se alimentar e tomar seus remédios para que “talvez meu corpo sem vida seja finalmente libertado da prisão”. A forte declaração foi postada pela esposa de Panahi, Tahereh Saeedi, e pelo filho do casal, Panah Panahi, em suas contas no Instagram.
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Em 2010, Jafar Panahi foi condenado a seis anos de prisão e a 20 anos sem direito de filmar, escrever roteiros, viajar ou dar entrevistas à imprensa. O motivo: “propaganda contra o regime”, depois de ter apoiado protestos em 2009 contrários à reeleição do ultraconservador Mahmud Ahmadinejad para a presidência da República Islâmica. Nesse período de clausura (às vezes burlada), dirigiu filmes celebrados, como Isto Não é um Filme (2011), Táxi Teerã (2015) e 3 Faces (2018). Em julho de 2022 ele foi novamente detido ao cobrar das autoridades explicações sobre as prisões de seus colegas Mohammad Rasoulof e Mostafa Al-Ahmad. Em outubro de 2022 os advogados do cineasta anularam a sentença de 2010, mas mesmo assim ele segue impedido de sair. A esposa e os advogados de Panahi afirmam que os serviços de segurança iranianos estão forçando o judiciário a mantê-lo atrás das grades.
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