Sinopse
Crítica
O interesse do cinema hollywoodiano pelo Brasil – e especificamente pelo Rio de Janeiro – já se manifestou das mais diversas formas, mas nenhuma tão bela e esplendorosa quanto em Rio, animação dirigida pelo brasileiro Carlos Saldanha e feita com toda a pompa nos Estados Unidos. Diretor dos campeões de bilheteria A Era do Gelo 2 (2006) e A Era do Gelo 3 (2009), ele deixa de lado agora a trilogia que o consagrou (do primeiro foi co-diretor) e investe numa história original que não só homenageia o seu país de origem como também presta o melhor serviço de relações públicas para um destino turístico desde Vicky Cristina Barcelona (2008). Com a diferença que este produto atual terá um alcance de público muito mais abrangente e impressionante.
Desde os recentes O Incrível Hulk (2008) e A Saga Crepúsculo: Lua Nova (2009), ambos filmes que mostram seus protagonistas circulando pela Cidade Maravilhosa, até clássicos como Brazil: O Filme (1985), de Terry Gilliam, e Meninos do Brasil (1978), com Gregory Peck e Laurence Olivier, nosso país volta e meia esteve, bem ou mal, na mira de Hollywood. Mas o diferencial positivo de Rio é que, apesar de ser feito com recursos e técnica norte-americana, o responsável por levá-las às telas de todo o mundo é um legítimo carioca, um artista de talento comprovado e reconhecimento mundial. Algo que não só nos envaidece como também demonstra nosso vasto potencial.
Rio começa numa sequência impressionante de dança entre as aves numa floresta tropical. A alegria, porém, logo acaba com o ataque de caçadores. Corta e vemos o pequeno Blu, uma arara azul, sendo levada para o inverno de Minnesota, nos Estados Unidos. Lá ele é adotado por Linda, uma humana que o trata como melhor amigo. Acontece que Blu é um dos últimos de sua espécie, e na tentativa de evitar a extinção um pesquisador o traz de volta ao Rio de Janeiro para que copule com uma rara fêmea recém encontrada. Do zoológico os dois são raptados por traficantes de animais raros, dando início a uma jornada que terá momentos antológicos, como a perseguição pela favela durante um jogo de futebol entre Brasil e Argentina – com um final literalmente eletrizante – ou a vertiginosa participação de todos num apoteótico desfile de escola de sambaem plena Sapucaí, mostrando de uma vez por todas porque o nosso carnaval é a maior festa popular de todo o mundo.
Maior lançamento cinematográfico da história do Brasil, Rio chega aos cinemas nacionais com cerca de mil cópias (nosso mercado inteiro possui pouco mais do que o dobro dessa quantidade) o que prova o tamanho da crença da Fox no seu sucesso. Nos Estados Unidos o filme só entrará em cartaz uma semana depois, e é bem provável que o bom impacto por aqui se repita também por lá. Afinal temos, sim, um país exótico aos olhos estrangeiros, mas o que importa é a trama e os personagens, todos absolutamente adoráveis e encantadores. E se Madagascar (2005) - se baseou em uma ilha africana e rendeu um filme divertidíssimo e muito bem aceito pelo público em geral, tudo indica que o mesmo possa se repetir.
Outro charme de é o elenco de vozes dos dubladores internacionais, que conta com nomes como Jesse Eisenberg, Jamie Foxx, Anne Hathaway e até Rodrigo Santoro, passando pelos músicos Bebel Gilberto e will.i.am, entre tantos outros. Da mesma forma, a trilha sonora é um charme a mais, envolvente na medida certa, dosando os clássicos óbvios com contribuições mais ousadas e pontuais. E por fim temos o visual, que faz uso de cenários naturalmente deslumbrantes, que ganham aqui ainda mais cor e vivacidade. Dinâmico, engraçado e romântico, Rio é uma festa para os olhos e corações de todas as idades. De emocionar qualquer um de nós. Pois mais que brasileiros, depois desse filme seremos todos cariocas. E com orgulho!
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 8 |
Thomas Boeira | 6 |
Roberto Cunha | 7 |
MÉDIA | 7 |
Eu fiquei muito feliz em ver essa crítica tão positiva. Gostei muito do filme Rio, pela forma como nossa cidade foi representada e por terem focado vários ambientes existentes em nossa cidade, sem deixar que o foco fossem apenas as praias e os bairros da Zona sul.