Crítica


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Sinopse

Max Payne é um policial indisciplinado, que está decidido a encontrar os responsáveis pelo brutal assassinato de sua família e de seu parceiro. O desejo de vingança faz com que ele se aprofunde cada vez mais no submundo, sendo obrigado a enfrentar até mesmo inimigos do além.

Crítica

O histórico é negativo – afinal, com exceção de Lara Croft: Tomb Raider (2001), que outra adaptação de videogame fez sucesso nos cinemas? Mas Max Payne fica no meio do caminho: se por um lado tem ação suficiente para prender a atenção, por outro é tão repleto de clichês que só o bocejo parece ser a solução. E os espectadores, indecisos entre o prazer de encontrar os personagens que aprenderam a conhecer de forma muito mais interativa e a imobilidade da sala de cinema, e divididos entre os fãs do jogo e aqueles que simplesmente não fazem idéia do que se trata, terminam também sem saber para onde ir.

Apesar do diretor John Moore (Duro de Matar 5: Um Bom Dia para Morrer, 2013) ter afirmado que tentou ser o mais fiel possível à origem para não desapontar quem já curtia o personagem, muitos apontam justamente como ponto fraco do filme a falta de ligação entre ele e o jogo. Mas, se muito se perdeu no processo de transposição para a tela grande, a história em si continua a mesma: Max Payne (que sonoramente nos remete à ‘max pain’, ou seja, ‘máxima dor’) é um policial que teve sua esposa e filha assassinadas. Desde então se tornou um recluso em busca dos culpados. Quando descobre que por trás da tragédia pode estar uma grande companhia farmacêutica que estaria testando uma nova droga em busca de um ‘super-soldado’ contra os terroristas, se une a uma misteriosa garota também em busca de vingança e juntos partem atrás de algo que, descobrem posteriormente, pode ser uma conspiração muito maior do que poderiam imaginar.

Com um orçamento de US$ 35 milhões, mesmo com as críticas que apontaram principalmente a fraca direção e o roteiro confuso, Max Payne conseguiu se pagar nas bilheterias de todo o mundo, tendo arrecadado mais de US$ 70 milhões. Muito disso se deve ao fato de contar com Mark Wahlberg como protagonista. Após sua indicação ao Oscar de Ator Coadjuvante por Os Infiltrados (2006), ele parece destinado a se tornar um grande astro. Porém, percalços como Fim dos Tempos (2008) podem atrapalhar essa jornada. Mas aqui ele está muito adequado, e a impressão que temos é que Wahlberg nasceu para interpretar com uma arma na mão (como visto em tantos outros filmes do currículo dele, como Planeta dos Macacos, 2001, ou 22 Milhas, 2018, quando invariavelmente apareceu em um dos dois lados da lei).

Outro destaque de Max Payne, além da direção de fotografia de Jonathan Sela, precisa em criar um ambiente de dualidades com sombras e fantasias, é o elenco de coadjuvantes. Se por um lado a própria presença de Beau Bridges (o irmão de Jeff) é um indicativo negativo, por outro temos as belas Mila Kunis e Olga Kurylenko, além de um sumido Chris O’Donnell e dos músicos Ludacris e Nelly Furtado, estes últimos em pequenas participações.

Max Payne é uma diversão despreocupada, e até pode agradar alguns menos interessados. Mas certamente está aquém de suas possibilidades. E se não consegue se comunicar com seu público primordial, toda e qualquer outra ligação fica comprometida. E por fim temos mais um filme comum que desperdiça a chance de se destacar dentre tantos outros.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.

Grade crítica

CríticoNota
Robledo Milani
5
Thomas Boeira
3
MÉDIA
4

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