Crítica
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Crítica
Sam Worthington até possui alguns rompantes, vez que outra, de “homem-comum-que-faz-filmes-normais”, como o recente À Beira do Abismo. Mas sua praia é, definitivamente, épicos históricos, megaproduções e fantasias de outros planetas. Assim foi em Avatar (2009), em O Exterminador do Futuro – A Salvação (2009) e no remake Fúria de Titãs (2010), que mesmo contra todas as expectativas parece ter dado certo a ponto de agora ganhar uma continuação, ao contrário do longa original (Fúria de Titãs, de 1981), que mesmo sendo considerado hoje em dia uma obra cult não gerou sequências na época. Worthington retorna, dez anos após aos acontecimentos visto no filme anterior, como um Perseu viúvo, pai de um menino e acostumado a uma pacata vida como pescador. Uma situação que, obviamente, tem data para acabar, numa série de eventos de tamanha magnitude que o próprio destino dos homens entra em risco, restando a esse homem a tarefa de salvar tudo e todos.
O grande barato destes filmes é a brincadeira com a mitologia grega, combinando elementos clássicos com uma postura muito mais ativa e dinâmica. O problema é que, assim como foi no primeiro longa, esse mantém o mesmo sentimento de ser somente mais um caça-níqueis. Enquanto que a obra de 1981 entrou para história principalmente pelo visual fantástico criado por Ray Harryhausen, estas duas releituras recentes não só não acrescentam nada de novo como soam apressadas e exageradas, desnecessárias por fim. O uso dos efeitos 3D perde sentido quando não é bem feito – os dois filmes, o de 2010 e esse novo, foram realizados de modo convencional e convertidos posteriormente, sem o cuidado devido para um bom resultado – e os próprios acontecimentos da trama são atropelados, pois ao invés de ajudarem no desenvolvimento das ações, atrapalham a sequência de acontecimentos. O que vemos é uma série de episódios aleatórios, cuja função final é entreter adolescentes, ao mesmo tempo em que provocam dores de cabeça em qualquer um que esteja, de fato, buscando alguma razão neste contexto.
Perseu é um semi-deus, ou seja, é filho de Zeus (o mais poderoso dos deuses do Olimpo) com uma humana. Ele vive bem como homem, desprezando seus poderes celestiais. Mas quando Zeus (Liam Neeson) é enganado pelo irmão Hades (Ralph Fiennes), o deus do mundo subterrâneo, e pelo filho Ares (Édgar Ramírez, de O Ultimato Bourne), o deus da guerra, estará no filho bastardo a única chance de sobrevivência. Esse irá se unir a rainha Andrômeda (Rosamund Pike, de O Retorno de Johnny English, substituindo Alexa Davalos, intérprete do personagem do primeiro filme) e a um outro semi-deus, Agenor (Toby Kebbell, de Cavalo de Guerra), filho de Poseidon (Danny Huston), o deus dos mares. Os três deverão não somente salvar Zeus como impedir que Cronos (pai de Zeus, Hades e Poseidon) escape da prisão milenar em que se encontra, o que pode significar o fim da humanidade.
Fúria de Titãs 2 é muito mais grandioso do que a aventura anterior, e talvez esse seja seu único mérito. Worthington continua não sendo um bom ator, e mesmo os geralmente competentes Neeson e Fiennes parecem mais perdidos do que entregues aos personagens que tentam defender. O diretor Jonathan Liebesman já havia mostrado em Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles (2011) que sabe fazer muito barulho, porém trata-se apenas de ruído, sem algo que faça sentido de fato. E ao invés da alegoria camp que esse universo mitológico oferece temos apenas mais do mesmo, sem nem arranhar a profundidade das referências possíveis. Mais um desperdício que nenhum retorno de bilheteria poderá reverter.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 4 |
Alysson Oliveira | 1 |
Edu Fernandes | 2 |
Francisco Russo | 2 |
MÉDIA | 2.3 |
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