Crítica
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Sinopse
Matthew parou o carro para fazer uma rápida compra, deixando a filha de nove anos, Cass, no banco de trás. Ao retornar, a garota havia desaparecido sem deixar pistas. Os policiais Nicole e Jeffrey assumiram o caso, mas nada descobriram. A primeira pista apenas surge seis anos depois, quando os policiais estão investigando uma grande rede de pedofilia.
Crítica
Alguns cineastas, com o desenvolver de suas filmografias, acabam se tornando especialistas em determinados assuntos, volta e meia recorrendo aos mesmos temas a cada novo filme, mudando apenas o ponto de vista e a abordagem a respeito. O canadense Atom Egoyan parece estar se aprofundando em uma questão tão séria quanto problemática: a violência contra menores. Pois após o controverso Sem Evidências (2013), ele retoma esse debate em À Procura, seu mais recente thriller e novamente inspirado em um episódio real. O longa, que teve sua estreia mundial durante a mostra competitiva do Festival de Cannes, ainda no primeiro semestre de 2014, consegue despertar algum interesse, apesar de não conseguir evitar um ou outro tropeço durante esse jornada.
Matthew (Ryan Reynolds) e Tina (Mireille Enos) são um casal perfeito, felizes ao lado da pequena Cassandra (Peyton Kennedy). A filha, uma revelação na patinação no gelo, tem um futuro brilhante pela frente, não fosse um episódio em particular: certo dia, enquanto esperava pelo pai no banco de trás da caminhonete após ele sair para uma visita rápida ao mercado no caminho de casa, ela é sequestrada sem deixar rastros do seu paradeiro. Quando Matt retorna ao carro, seu desespero começa. E junto uma trilha de tristezas, frustrações e arrependimentos, que irá durar oito anos. Durante esse tempo os oficiais Nicole (Rosario Dawson) e Jeffrey (Scott Speedman) estarão à frente da investigação, sem avanços consideráveis. Duvida-se tanto do paradeiro da menina quanto da sua própria sobrevivência após tantos anos. Mas o destino está a seu favor, e o acaso lhes oferecerá a pista suficiente para um final minimamente satisfatório.
Egoyan parece estar tão tomado por este debate que traz para sua trama mais elementos do que seria suficiente num momento como esse. Ao mesmo tempo discute-se a dissolução do casal e o jogo de culpa que se estabelece entre eles, o passado problemático dos policiais envolvidos, as motivações dos sequestradores e a estrutura psicológica da vítima, que se vê envolvida em uma situação em que é difícil discernir com clareza o que é certo ou errado. Assim como o título nacional sugere, todos em cena parecem estar à procura de um caminho a seguir, mas esse nunca surge de modo simples e tranquilo. O problema, no entanto, é que os desenlaces necessários para que uma conclusão se torne viável nem sempre são os mais evidentes, indicando a indecisão do realizador entre entregar um thriller eficiente ou um longa panfletário que levanta a denúncia mas falha em capturar a atenção do público.
Em um elenco majoritariamente coeso, é exceção, no entanto, o despreparo de Kevin Durand (que invariavelmente interpreta brutamontes em títulos tão díspares quanto X-Men Origens: Wolverine, 2009, ou Fruitvale Station: A Última Parada, 2013) para defender um personagem tão complexo quanto o autor do sequestro. Seus trejeitos e afetações beiram o risível, prejudicando de modo quase irreversível todo o contexto. Falta, ainda, uma resolução melhor elaborada, que sirva como entretenimento, com crescentes de tensão e boas reviravoltas, mas ainda assim lógica diante do que fora apresentado até aquele momento. No final das contas, À Procura até possui um clima envolvente e uma premissa válida, mas termina deixando um gosto amargo que aponta para uma ausência inegável. E isso se dá em ambos os lados da tela.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 5 |
Chico Fireman | 1 |
Francisco Carbone | 1 |
MÉDIA | 2.3 |
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