Adaptar jogos de videogame para a tela grande não é novidade e, quase sempre, quem joga espera ansioso pela transposição dessas histórias ao cinema. A escolha do ator Michael Fassbender para o papel Carl Lynch deixou muita gente animada e a chegada do diretor Justin Kurzel, responsável pelo corajoso Macbeth: Ambição e Guerra (2015), também estrelado por Fassbender, dava indícios de que teríamos não apenas uma adaptação bem feita, mas uma aventura de grande apelo visual. O problema é que a indústria hollywoodiana ainda não aprendeu que games são um universo diferente do cinema e que suas tentativas de emular a imersão que esses jogos proporcionam ao usuários só tornam os filmes chatos e cansativos. No caso de Assassin’s Creed isso é elevado à máxima potência graças ao roteiro que pretende ser complexo, mas que não passa de uma tentativa frustrada de trazer toda a atmosfera presente no jogo que lhe deu origem. As atuações fracas de nomes como Marion Cotillard e Jeremy Irons, que precisam encenar diálogos horríveis e tentar convencer o público que o filme deve ser levado a sério, só pioram a experiência. A versão para o cinema de um dos jogos mais apaixonantes da década teve como resultado nenhuma diversão e nenhum respeito à Sétima Arte. Desesperador para gamers e cinéfilos.

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é jornalista e especialista em cinema formada pelo Centro Universitário Franciscano (UNIFRA). Com diversas publicações, participou da obra Uma história a cada filme (UFSM, vol. 4). Na academia, seu foco é o cinema oriental, com ênfase na obra do cineasta Akira Kurosawa, e o cinema independente americano, analisando as questões fílmicas e antropológicas que envolveram a parceria entre o diretor John Cassavetes e sua esposa, a atriz Gena Rowlands.
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