Depois da mania das sequências, dos remakes e dos reboots, uma nova onda atinge Hollywood como um tsunami: os universos compartilhados. O sucesso do MCU (Marvel Cinematic Universe, no inglês) da Disney fez com que todos os estúdios quisessem um universo de filmes para chamar de seu. A Warner correu atrás com seus heróis da DC, a Sony está tentando um Aranhaverse com os coadjuvantes do Homem-Aranha e a Universal começou a desenhar seu universo dos monstros. O problema é que formular um universo como esse leva tempo e muito planejamento, algo que nem todos os estúdios parecem ter em mente. O melhor exemplo de tal “afobamento” é este A Múmia. Lançado como o primeiro capítulo de uma série de filmes que readapta os clássicos monstros da Universal, o longa-metragem estrelado por Tom Cruise é um verdadeiro tiro no pé. Não cumpre a função de ser um bom filme, muito menos dá um bom pontapé inicial para um sem número de continuações dentro daquele mundo. Poucas coisas dão certo neste longa. Cruise é um protagonista capaz de carregar uma série nas costas, mas o personagem que defende é muito genérico, assim como a ameaça que ele precisa combater. Pela primeira vez, a antagonista é uma mulher, uma múmia – e a forma sexista como a personagem é criada é mais um ponto negativo deste longa esquecível dirigido por Alex Kurtzman. O resultado foi tão aquém do esperado que os demais filmes daquele pretenso universo não estão garantidos. Se a qualidade for igual a este, melhor que nem saiam mesmo.

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é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista, produz e apresenta o programa de cinema Moviola, transmitido pela Rádio Unisinos FM 103.3. É também editor do blog Paradoxo.
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