Encabeçado pelo mesmo Chris Columbus que deu o pontapé inicial da franquia, Harry Potter e a Câmara Secreta, apesar de ser bem-sucedido e dever pouco ao seu antecessor, peca por conservar um tom excessivamente pueril, mesmo quando o protagonista e seus amigos estão diante de ameaças mortais. As partes mais divertidas  são as aulas repletas de novidades e as partidas de quadribol, nas quais rivalidades consideráveis se acirram. Os alunos tomam contato com criaturas fantásticas, como os diabretes, e o mistério da Câmara Secreta desafia calouros e veteranos. Carros voadores (para não perder o início do ano letivo), bilhetes maternos que literalmente ganham vida para dar aquele esporro na frente dos colegas, fantasmas guiando os estudantes, e como esquecer as mandrágoras gritonas da aula de botânica? Em suma, este exemplar utiliza a missão como desculpa para ampliar a mítica, a fim de explorar sobremaneira as potencialidades dos corredores do castelo e das histórias contadas em torno da noite fatídica em que Potter perdeu os pais e ganhou a cicatriz em forma de raio na testa. Foi Indicado ao BAFTA de Melhor Filme, Melhor Direção de Arte, Melhor Som e Melhores Efeitos Visuais e, como um orçamento ligeiramente inferior ao do filme anterior, chegou a US$ 879 milhões nas bilheterias mundiais, acenando o começo da perda da inocência, algo que aconteceria na terceira parte das aventuras cinematográficas, não mais comandadas por Chris Columbus.
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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.