Dá para acreditar que Steven Spielberg lançou Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros e A Lista de Schindler no mesmo ano? O espanto não advém apenas da diferença brutal de tom entre os filmes – um abertamente voltado ao grande público, o outro sobre o Holocausto, com tintas trágicas –, mas, principalmente, do fato de que ambos possuem qualidades evidentes e a capacidade de consolidar-se na História do cinema, cada um em sua área. Mas, nos detendo no longa-metragem que deu início à Saga Jurassic Park, antes de qualquer coisa, ele apresentou um avanço tecnológico impressionante. Os efeitos especiais extremamente convincentes, até para os dias de hoje, permitiram que os dinossauros ressuscitassem na telona. Milagres do cinema. Mesmo se enquadrando totalmente na categoria de blockbuster, uma seara que Spielberg domina como poucos, afinal de contas foi o seu Tubarão (1975) que deflagrou essa possibilidade dos arrasa-quarteirões, o filme possuiu predicados artísticos que saltam aos olhos. A começar pela direção que privilegia a aventura, algo que Spielberg busca no passado, em suas inspirações coletadas na meninice, algo que pode ser visto, em semelhante medida, na Saga Indiana Jones. A ganância do empresariado que visa capitalizar sobre a volta dos dinossauros é devidamente obliterada pelos seres redivivos após mais de 65 milhões de anos. Há a exploração paralela da inépcia paterna do protagonista vivido por Sam Neill, tema caro ao cineasta, presente em boa parte de sua filmografia. Cenas de ação espetaculares, momentos exemplares de suspense, ótimo desempenho do elenco, além dos efeitos digitais sem precedentes, fazem de Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros o digno primeiro lugar do nosso ranking, não à toa medalha de ouro com tanta diferença para os outros, mais retardatários que necessariamente seus concorrentes diretos. É até covardia.
:: Média 8.8 ::
:: Confira na íntegra a crítica de Rodrigo de Oliveira ::
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