Para muitos (mesmo), Homem-Aranha 2 é o melhor filme de super-heróis já realizado. Há generosas parcelas de drama, com Peter tendo de, inclusive, esconder o amor por Mary Jane a fim de preservar a sua integridade física, além da necessidade de lidar com a raiva do melhor amigo, Harry, pelo Homem-Aranha, que deu um fim nos ímpetos maldosos do seu pai. A ressacada pela morte do Tio Ben agrava tudo isso. Repleto de cenas emocionantes, de feitos pirotécnicos e estilísticos, esse longa-metragem utiliza muito bem as características do vilão, o doutor Otto Octavius (Alfred Molina), simplesmente Octopus, após um procedimento de implante de braços cibernéticos. Aliás, no revide do recém-nascido superpoderoso antagonista, o cineasta Sam Raimi aproveita para fazer uma alusão aos seus trabalhos pregressos no cinema de horror, criando, assim, uma cena antológica, cuja voltagem dramática é excepcional em se tratando de uma produção voltada a adolescentes. O rival do protagonista é lunático, mas também humano e trágico. Homem-Aranha 2 tem outra cena antológica, a do protagonista se defrontando com um trem em desabalada carreira. O heroísmo de Parker, exposto à luz do sol sem máscara, é recompensado pelo êxito de uma tarefa apenas possível a alguém como o cabeça de teia. Não à toa o filme possui uma das maiores média do Papo de Cinema.
:: Média 9,5 ::

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
avatar
Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.