O sindicato norte-americano para esses profissionais é o Cinema Audio Society, que há 55 anos reconhece os melhores na área de Mixagem de Som. Em um ambiente tão restrito e de especificações tão técnicas, esse resultado já é suficiente para apontar os favoritos e aqueles sem chances nesta categoria. Mas há outras premiações que também reconhecem tal quesito, como o Bafta e a AMPS – Association of Motion Picture Sound. E o vencedor em ambos os casos quem foi? O mesmo. Mixagem de Som, no entanto, é mais do que colocar o áudio no lugar certo – é também criar novos sons, ruídos, barulhos e tudo o mais que for necessário para gerar a melhor ambientação para a história que está sendo contada. É o técnico em mixagem de som que reúne tudo o que foi gravado em locação, combinando música, trilha sonora e demais elementos sonoros para proporcionar a melhor experiência auditiva. Musicais e filmes de ação, que se baseiam fortemente no que o áudio pode oferecer, saem na frente, mas até mesmo um bom drama pode se apoiar neste tipo de elemento. E, neste ano, quais são os favoritos? Confira as nossas apostas!

Indicadas

  • Pantera Negra, de Steve Boeddeker, Brandon Proctor, Peter Devlin
  • Bohemian Rhapsodyde Paul Massey, Tim Cavagin, John Casali
  • O Primeiro Homemde Jon Taylor, Frank A. Montaño, Ai-Ling Lee, Mary H. Ellis
  • Roma, de Skip Lievsay, Craig Henighan, José Antonio García
  • Nasce Uma Estrelade Tom Ozanich, Dean Zupancic, Jason Ruder, Steve Morrow

 

FAVORITO
Bohemian Rhapsodyde Paul Massey, Tim Cavagin, John Casali
Os vencedores deste ano na premiação da Cinema Audio Society foram Bohemian Rhapsody (filme live-action), Ilha dos Cachorros (animação) e Free Solo (documentário). Como desses três apenas um está aqui presente, é fácil imaginar sua posição como favorito. Mas há mais elementos ao seu lado. E esses foram as vitórias também no Bafta e na Association of Motion Picture Sound. Paul Massey está em sua oitava indicação, Tim Cavagin na segunda, e John Casali concorre pela primeira vez, sendo que nenhum foi premiado antes. Ou seja, esse cenário tem tudo para ser alterado no próximo dia 24.

 

AZARÃO
Pantera Negra, de Steve Boeddeker, Brandon Proctor, Peter Devlin
Brandon Proctor está em um ano e tanto. Apesar dessa ser sua primeira indicação ao Oscar, concorreu nesta temporada a diversos prêmios pelo trabalho que apresentou em Um Lugar Silencioso – o grande esnobado nessa categoria pela Academia. Ele e seus colegas, pela excelência apresentada em Pantera Negra, foram indicados ao Awards Circuit Community, ao Cinema Audio Society, ao Hollywood Post Alliance, ao International Online Cinema Awards e ao Online Film & Television Association. Sem falar que, com sete indicações – inclusive a Melhor Filme – essa produção da Marvel Studios tem o perfil de que irá fazer a festa nas categorias técnicas – e essa é uma bastante adequada a uns dos seus maiores méritos.

 

SEM CHANCE
Roma, de Skip Lievsay, Craig Henighan, José Antonio García
Dos 17 profissionais indicados nessa categoria, Skip Lievsay é o único que já foi premiado anteriormente – tem neste ano sua sétima e oitava indicações, e ganhou antes pela mixagem de som de Gravidade (2013). Por Roma, no entanto, ele e os colegas Craig Henighan e José Antonio Garcia até foram indicados ao prêmio da Association of Motion Picture Sound e ao troféu da Awards Circuit Community e da Online Filme & Television Awards, além dos International Online Cinema Awards, mas não foram premiados em nenhuma dessas ocasiões. Somando-se a isso o fato de terem ficado de fora dos finalistas do Bafta e também do Cinema Audio Society, e tem-se aqui uma seleção que justifica o prestígio dos concorrentes, mas pouco colabora em aumentar suas chances de vitória.

 

ESQUECIDO
Um Lugar Silencioso, de Michael Barosky, Brandon Proctor
Dos cinco indicados aos prêmios da Cinema Audio Society e da Association of Motion Picture Sound, somente um título não chegou ao Oscar: Um Lugar Silencioso, que concorreu em ambos os casos. E ainda que não tenha sido premiado em nenhuma dessas ocasiões, apenas tais lembranças são mais que suficientes para justificar a excelência dos trabalhos apresentados por Michael Barosky e Brandon Proctor. Indicados também ao Bafta, receberam o prêmio de “Som do Ano” no Hollywood Film Awards e foram premiados nessa categoria pela International Online Cinema Awards. Ou seja, se tivessem sido indicados, certamente seriam um dos favoritos. Mas sempre há um “se”, não é mesmo?

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As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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