
Crítica
Leitores
Sinopse
Em M3gan 2.0, uma arma robótica de nível militar conhecida como Amelia torna-se cada vez mais autoconsciente e perigosa para a raça humana. Na esperança de detê-la, Gemma decide ressuscitar a excêntrica M3GAN - tornando-a mais rápida, forte e letal - para lutar com Amelia. Ação/Ficção Científica.
Crítica
Quando M3gan (2023), chegou aos cinemas, ninguém esperava pelo gigantesco sucesso que o longa dirigido pelo quase novato Gerard Johnstone acabaria alcançando. Com apenas um projeto no currículo (o pouco visto Housebond, 2014) e participações em episódios de séries como As Novas Aventuras do Macaco (2018), o cineasta naturalmente acabou eclipsado pela presença do autor da história – ninguém menos do que James Wan, nome quente no gênero no início dessa década – e do produtor Jason Blum, responsável pela Blumhouse, estúdio que aos poucos estava mudando como as audiências vinham se relacionando com o terror e o suspense. Mas o que uma bilheteria quase vinte vezes superior ao seu orçamento (de “apenas” US$ 12 milhões) não é capaz, certo? Tanto é que, mesmo tendo se passado somente dois anos, M3gan 2.0 chega às telas, e com uma presença maior de Johnstone no controle criativo. Uma decisão tão arriscada, quanto surpreendente – afinal, a máxima que afirma que “em time que está ganhando não se mexe” é quase lei em Hollywood – mas que se monstra bastante acertada.
Afinal, se o longa original era um thriller bastante clássico, que partia da ideia da boneca assassina para criar um jogo de gato-e-rato entre o homem (uma tia ocupada e sua sobrinha órfã) e a tecnologia (a invenção que acaba dando errado), dessa vez o absurdo da situação assume o texto, tornando evidente o quão inverossímil é a proposta e optando por não se levar a sério, preferindo a sátira e o deboche como válvula de escape. O resultado é quase um ‘terrir’, algo que deve decepcionar os fãs mais radicais do primeiro filme, mas certamente agradará em cheio àqueles em busca de um toque de originalidade em um cenário cada vez mais escasso de profissionais e criadores dispostos a assumir riscos e ousar por novos caminhos. M3gan 2.0 em muito pouco se assemelha com o seu antecessor, e esse é o maior dos seus méritos.
Se a boneca humanoide desenvolvida para servir de companhia para a menina solitária se voltou contra aquela que lhe deu origem e, por isso, terminou praticamente destruída, seria ingenuidade imaginar que tanto investimento serviria apenas para um intuito pessoal e familiar. Logo no começo dessa sequência, o diretor mostra a evolução dessa iniciativa: uma máquina de guerra em formato aparentemente humano, capaz de se infiltrar nos cenários mais inóspitos com imensa precisão e alta letalidade. A ameaça agora se chama Amelia (a ucraniana Ivanna Sakhno, vista em Ahsoka, 2023), e não tardará para que se declare independente e impossível de ser controlada. Pela maneira mais mirabolante possível, a engenheira Gemma (Allison Williams, fazendo valer seu cachê) e a agora adolescente Cady (Violet McGraw, de Doutor Sono, 2019) acabam em seu caminho. E o que elas farão para se proteger? Religar M3gan, é claro.
Nesse duelo de robô versus robô, um combate que mais parece aquelas ensaiadas lutas livres de mulheres, ganha mesmo é o espectador, que irá demorar para se sentir anestesiado diante tantos exageros, uma vez que a régua proposta parece não se cansar em aumentar a aposta. Johnstone brinca com a fanbase que ajudou a desenvolver – M3gan não apenas dança, como também canta – e com as possibilidades ao seu alcance, passando do filme de espionagem ao mistério whodunit, de uma explosiva sequência de ação a uma citação ao clássico A Dama de Shanghai (1947). Mas tudo tão escancarado e ostensivo que termina por deixar ainda mais notória sua falta de inocência e declarada provocação. M3gan 2.0 é tão inquieto, dissimulado e fantasioso quanto a sua personagem-título. E este é um feito e tanto para um cineasta que, enfim, se vê distante de um filme de produtor e mais do que preparado para entregar uma obra de assinatura própria.
PAPO DE CINEMA NO YOUTUBE
E que tal dar uma conferida no nosso canal? Assim, você não perde nenhuma discussão sobre novos filmes, clássicos, séries e festivais!


Últimos artigos deRobledo Milani (Ver Tudo)
- Cobertura :: 53º Festival de Gramado (2025) - 11 de julho de 2025
- Superman - 10 de julho de 2025
- Vermiglio: A Noiva da Montanha - 10 de julho de 2025
Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 7 |
Alysson Oliveira | 3 |
MÉDIA | 5 |
Deixe um comentário