Dos cinco indicados nesta categoria, quatro concorreram também ao prêmio da American Society of Cinematographers – ou seja, a Sociedade Americana de Cinematografia – que é, de fato, quem realmente entende do assunto. No entanto, apenas três foram lembrados no Critics Choice (e o nosso favorito não estava entre eles), o mesmo número de presentes no Bafta (o Oscar inglês). Somente dois filmes estiveram em todas as seleções – Roma e A Favorita – e, não por acaso, são justamente os dois campeões de indicações deste ano. Mas será tudo tão óbvio assim? É por isso que, dessa vez, vamos fazer uma escolha mais ousada – e os motivos estão todos abaixo, bem explicados, aliás. Mas é bom ter em mente que surpresas podem acontecer a qualquer instante, e o cenário aqui desenhado parece bastante propício para isso. Confira nossas apostas!
Indicados
- Guerra Fria, de Lukasz Zal
- A Favorita, de Robbie Ryan
- Nunca Deixe de Lembrar, de Caleb Deschanel
- Roma, de Alfonso Cuarón
- Nasce Uma Estrela, de Matthew Libatique
FAVORITO
Guerra Fria, de Lukasz Zal
Vencedor do prêmio da Sociedade Americana de Cinematografia, Lukasz Zal tem tudo para conquistar junto à Academia também essa vitória – ainda mais que é sua segunda indicação, prêmio que ficaram devendo a ele quando disputou por Ida (2013). Com Guerra Fria, no entanto, o cenário é outro, e suas chances são maiores. Afinal, o filme revelou uma força especial junto aos membros votantes – concorre ainda a Melhor Filme Estrangeiro e Direção – e como nessas duas categorias o favorito é o mesmo – Alfonso Cuarón, por Roma – não será nenhuma surpresa se houver uma decisão salomônica por aqui, e decidirem compensar o belíssimo drama romântico filmado em preto e branco pelo diretor Pawel Pawlikowski. Neste ano, Zal foi premiado também pelos críticos da Florida, Londres e Novo México, além de ter sido indicado à láurea da Sociedade Nacional dos Críticos de Cinema dos EUA, ao Satellite e ao dos críticos de Boston, Chicago e São Francisco. A situação parece bem dividida, e justamente por isso a decisão da American Society of Cinematographers deve fazer a diferença.
AZARÃO
Roma, de Alfonso Cuarón
Será que alguém consegue parar o verdadeiro furacão provocado por Alfonso Cuarón e Roma junto aos membros da Academia? O cineasta mexicano soma, neste ano, sua décima indicação ao Oscar (tem duas vitórias até o momento), mas é a primeira vez que concorre como fotógrafo. Indicado também pela Sociedade Americana de Cinematografia, foi premiado no Bafta e pelo Critics Choice, pelos críticos de Atlanta, Boston, Central Ohio, Chicago, Dallas-Fort Worth, Georgia, Las Vegas, Los Angeles, Nevada, Nova Iorque, North Texas, Filadelfia, São Francisco, Seattle, Southeastern, St. Louis, Utah, Washington e pela Sociedade Nacional dos Críticos de Cinema dos EUA. É, portanto, o mais premiado do ano até o momento. O fato de ter perdido o troféu de quem realmente entende do assunto – os outros fotógrafos – pode acabar pesando na decisão dos votantes. Mas nunca é bom duvidar demais, não é mesmo?
SEM CHANCES
Nunca Deixe de Lembrar, de Caleb Deschanel
Dono de cinco indicações anteriores ao Oscar – a primeira foi por Os Eleitos (1983) – Caleb Deschanel foi a surpresa deste ano entre os finalistas da categoria. Afinal, ele está concorrendo pelo longa alemão Nunca Deixe de Lembrar, indicado também a Melhor Filme Estrangeiro. Sua seleção, como se percebe, tem muito a ver com a qualidade do trabalho apresentado, mas também com um reconhecido dos seus próprios colegas, que o incluíram entre os finalistas. No entanto, como nesta segunda fase da votação da Academia todo mundo é convidado a revelar seus favoritos – e não apenas os entendidos no assunto – é bem pouco provável que ele tenha alguma chance, ainda mais por seu filme também não ter muitas chances na outra categoria em que disputa. Apenas como registro, essa foi sua única indicação nessa temporada de prêmios, não tendo sido lembrado em absolutamente nenhum outro lugar.
ESQUECIDO
O Primeiro Homem, de Linus Sandgren
Dos cinco finalistas ao prêmio da Sociedade Americana de Cinematografia, somente um não chegou ao Oscar – e merecida. É o trabalho de Linus Sandgren em O Primeiro Homem, filme que ambicionava disputar categorias mais nobres, como Filme, Direção, Ator e Atriz Coadjuvante, mas acabou tendo de se contentar com apenas quatro indicações técnicas (e Fotografia não está entre elas). Vencedor do Oscar por La La Land: Cantando Estações (2015), Sandgren concorreu ainda nesse ano ao Bafta, ao Critics Choice e aos prêmios dos críticos de Central Ohio, Chicago, Florida, Georgia, Houston, Carolina do Norte, São Francisco, St. Louis e Washington. É uma ausência que se faz sentida, principalmente entre os admiradores do filme, pois o visual que propõe à saga de Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na lua, é fundamental para criar o clima de introspecção e ausência de expectativas desejado pelo diretor Damien Chazelle.
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