Existem quatro categorias de cinema na premiação do Art Directors Guild, ou seja, o Sindicato dos Diretores de Arte dos Estados Unidos. E os vencedores deste ano foram: A Favorita (Melhor Filme Histórico), Pantera Negra (Melhor Filme de Fantasia), Podres de Ricos (Melhor Filme Contemporâneo) e Ilha dos Cachorros (Melhor Longa de Animação). Enquanto o primeiro venceu concorrentes como O Primeiro Homem e Roma, o segundo derrubou O Retorno de Mary Poppins. Curiosamente, a Academia não indicou ao Oscar nenhum dos concorrentes do ADG a Melhor Filme Contemporâneo ou a Melhor Longa de Animação, o que deixa em evidência o desprezo dos votantes por essas duas categorias. Focados nesses resultados, e nas demais premiações da temporada, podemos ter uma ideia mais clara do que poderá acontecer no próximo dia 24 de fevereiro. Confira nossas apostas!
Indicados
- Pantera Negra, de Hannah Beachler, Jay Hart
- O Primeiro Homem, de Nathan Crowley, Kathy Lucas
- A Favorita, de Fiona Crombie, Alice Felton
- O Retorno de Mary Poppins, de John Myhre, Gordon Sim
- Roma, de Eugenio Caballero, Bárbara Enríquez
FAVORITO
Pantera Negra, de Hannah Beachler, Jay Hart
Premiados no ADG e no Critics Choice, Hannah Beachler e Jay Hart foram escolhidos também os melhores do ano nessa categoria pelos críticos de Los Angeles, São Francisco, St. Louis e Washington. Vamos combinar que não é pouca coisa. Se há algo contra essa vitória no Oscar, talvez seja o velho sentimento – que muitos acreditam já ter sido superado – de que filmes de fantasia são mais “fáceis”, afinal, não precisam recriar com fidelidade um cenário que já foi real. Porém, por outro lado, é preciso demonstrar muito mais criatividade ao tornar verossímil algo que foi imaginado desde o princípio. E se na categoria principal de Melhor Filme Pantera Negra talvez não tenha muitas chances, pode ter certeza que em todas as outras seis que concorre este incrível sucesso estará competindo de igual para igual com seus oponentes. E aqui parece ser um dos seus mais prováveis cenários de vitória.
AZARÃO
A Favorita, de Fiona Crombie, Alice Felton
Além do ADG, Fiona Crombie e Alice Felton foram premiadas pelo British Independent Film Awards e pelos críticos de Georgia, Nevada, Phoenix, San Diego e Seattle. Foram também indicadas ao Bafta e ao Critics Choice. Deixando todos esses reconhecimentos de lado, há o próprio trabalho que apresentam, nos bastidores do reino inglês no século XVIII, que costuma ser o tipo de visual recompensado nas votações da Academia que demonstram verdadeiro encantamento por cenários da monarquia. No entanto, como o filme se passa quase inteiramente em ambientes internos, talvez isso conte contra. Mas não duvide: a disputa, aqui, é entre esses dois.
SEM CHANCES
Roma, de Eugenio Caballero, Bárbara Enríquez
Vencedor do Oscar por O Labirinto do Fauno (2006), Eugenio Caballero está em sua segunda indicação ao prêmio da Academia, enquanto Barbara Enriquez é estreante na premiação. Indicados também ao ADG, ao Bafta e ao Critics Choice, realizam em Roma um trabalho de impressionante beleza e atenção aos detalhes. No entanto, em um filme de tantos méritos, talvez a atuação das protagonistas – Yalitza Aparicio e Marina de Tavira, ambas também indicadas – a impressionante fotografia em preto e branco ou o delicado roteiro sejam méritos mais “chamativos”, por assim dizer, deixando a direção de arte em um segundo plano. E entre concorrentes muito mais vistosos, talvez esse minimalismo aqui perseguido não tenha forças suficientes para alcançar o ouro. O que não deixa de ser um enorme lástima.
ESQUECIDO
Ilha dos Cachorros, de Paul Harrod, Adam Stockhausen
Como seria lindo ver uma animação entre os indicados, não é mesmo? Ainda mais uma tão bonita e repleta de detalhes como o novo trabalho do diretor Wes Anderson. Indicados ao Annie e ao prêmios dos críticos de São Francisco, os talentos de Paul Harrod e Adam Stockhausen fariam bonito entre os finalistas ao Oscar, com um reconhecimento à altura da excelência por eles apresentada em Ilha dos Cachorros. Sem falar que a vitória no Art Directors Guild é uma credencial e tanto para lamentarmos essa ausência, não é mesmo?
:: Confira aqui tudo sobre o Oscar 2019 ::
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