Se, dentro do universo dos atores, os personagens dramáticos parecem ter mais peso num carreira do que as criações cômicas, este americano fugiu à regra e construiu toda a sua história tendo o humor como base. Jerry Lewis iniciou no mundo artístico fazendo dupla com Dean Martin, mas foi quando embarcou na carreira solo que seu talento para o improviso e às gags visuais pode ser conferido pelo público. Depois de alguns filmes dirigidos por Frank Tashlin, que trouxe sua experiência com os desenhos do Looney Tunes para criar cenas de extremo humor visual, o ator teve a oportunidade de dirigir e assim conseguir a tão sonhada liberdade de criação. Foi então que os espectadores puderam conhecer o estilo ousado de provocar risos de Lewis que, mesmo não integrando oficialmente à turma, acabou colaborando para um movimento que estava dando novos ares ao cinema americano, a chamada geração da Nova Hollywood. Em O Terror das Mulheres (1961) ele abusa dos travellings e da metalinguagem para criar cenas que lembram esquetes, mas que acabam se encaixando com perfeição dentro da história. Se a comédia feita em Hollywood teve um nome de efeito, esse nome é Jerry Lewis, que ousou mexer com um dos gêneros mais caros à indústria cinematográfica e, talvez por isso, tenha sido pouco compreendido em seu tempo.
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é jornalista e especialista em cinema formada pelo Centro Universitário Franciscano (UNIFRA). Com diversas publicações, participou da obra Uma história a cada filme (UFSM, vol. 4). Na academia, seu foco é o cinema oriental, com ênfase na obra do cineasta Akira Kurosawa, e o cinema independente americano, analisando as questões fílmicas e antropológicas que envolveram a parceria entre o diretor John Cassavetes e sua esposa, a atriz Gena Rowlands.
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