Matheus Nachtergaele é um dos grandes atores do Brasil. Quando pensamos em cinema, mais precisamente o período iniciado nos anos 1990 e que batizamos de Retomada (depois da terra arrasada deixada no governo Fernando Collor de Mello), ele aparece historicamente como uma figura fundamental. Conversar com Matheus é sempre um privilégio, afinal de contas se trata de um artista transbordante de poesia e conteúdo. Em Carro Rei (2021), filme que chega nesta quinta-feira, 30, aos cinemas do Brasil, ele vive o indefectível Zé Macaco. Num primeiro momento, é um homem de trejeitos peculiares, rejeitado pelo cunhado e rapidamente exilado num ferro velho. No segundo instante do longa, esse humano com apelido primata vai revelando a excelência de sua capacidade intelectual, mais precisamente quando o assunto é dialogar com as tecnologias. Andando de lá para cá como se fosse um primata saído diretamente do seio da floresta, Zé Macaco é rapidamente tomado pelo discurso do automóvel que prega uma articulação político-social fascista. Conversamos brevemente com Matheus Nachtergaele para saber como foi esse reencontro com a cineasta Renata Pinheiro e entender o que lhe motivou a interpretar (com o brilhantismo e a intensidade de sempre) o enigmático Zé Macaco. Confira abaixo mais um Papo de Cinema exclusivo.
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