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O festival Side By Side acontece anualmente em São Petesburgo, na Rússia, e se trata de um dos eventos cinematográficos mais importantes do país com foco em filmes de temática LGBTQIA+. Mas, como “a cadela do fascismo está sempre no cio” (obrigado pela frase, Bertolt Brecht), a programação vem sendo alvo de uma perseguição endossada pelo governo federal. O site do festival que está acontecendo atualmente de modo inteiramente online foi colocado numa lista negra do governo russo. Os organizadores do Side By Side dizem que isso é a culminância de uma campanha orquestrada pela extrema-direita do país. No momento, os filmes, bem como outras informações, estão quase completamente inacessíveis. “Consideramos absurda a decisão de adicionar nosso site nessa lista negra ilegal – não recebendo nenhum aviso prévio do Roskomnadzor [Serviço Federal de Supervisão de Comunicações], nem a chance de defender nosso caso nos tribunais. No momento, estamos consultando nossa equipe jurídica e tomando outras medidas”, disse o fundador do festival, Manny de Guerre.

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“Estamos avançando com nosso programa, incentivando o público a assistir aos filmes online e às nossas discussões interativas diárias que estão sendo veiculadas em nossas redes sociais. VK, Instagram, Facebook estão servindo atualmente como nossos canais de comunicação”, completou um indignado Manny de Guerre ao site norte-americano Deadline. O evento deste ano foi inaugurado com a exibição online de Firebird (2021), do cineasta Peeter Rebane, ele que fez questão de se pronunciar sobre a perseguição à qual o Side By Side está sendo submetido: “Este é um dos poucos festivais LGBTIQ + na Rússia. Ele preenche uma lacuna importante na sociedade russa ao dar voz à comunidade. Em vez de investigar o festival de cinema, as autoridades russas deveriam investigar os organizadores dos ataques cibernéticos. Sinto que essa informação precisa ser compartilhada, para que possamos todos apoiar o festival e ajudar a trazer mais amor e compreensão para as sociedades ao redor do mundo”.

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Cena de “Firebird”
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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.
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