Nesta quarta-feira, 15, o escritor e roteirista Rubem Fonseca morreu, aos 94 anos, em decorrência de um infarto sofrido em seu apartamento no Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro. Ele chegou a ser levado ao Hospital Samaritano, no bairro de Botafogo, onde os médicos tentaram reanima-lo sem sucesso. Considerado um dos pioneiros do romance urbano policial no Brasil, Rubem nasceu na cidade mineira de Juiz de Fora. Mais tarde, em 1952, já morando no bairro carioca de São Cristóvão e formado em Direito, desempenhou por cinco anos a atividade de escrivão da delegacia do bairro. Aliás, repetidas vezes ele disse que essa vivência foi determinante para sua escrita, algo perceptível pela profusão de policiais, advogados, detetives e escritores entre seus personagens principais.
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Debutou no mundo literário em 1963, numa coletânea de contos intitulada Os Prisioneiros. Dois anos mais tarde, por A Coleira do Cão, venceu o primeiro de seis Prêmios Jabuti, o mais importante da literatura brasileira. Nessa primeira fase, frases curtas, linguagem direta e rápida caracterizaram o estilo que logo caiu no gosto dos leitores. Tratando de violência e sexo sem meias palavras em Feliz Ano Novo, foi censurado pela Ditadura Civil-Militar que governou o Brasil de modo arbitrário e truculento por 21 anos. Aliás, a partir dos anos 1980, Rubem começou a se dedicar também ao âmbito dos romances. A Grande Arte, assim como Bufo e Spallanzani, foi adaptado ao cinema. Já Agosto, lançado em 1990, virou minissérie de TV. E 2003, Rubem Fonseca ganhou o Prêmio Camões, o mais importante troféu literário da língua portuguesa.
Rubem Fonseca também teve relação estreita com o cinema. Foi um dos roteiristas de A Extorsão (1975), de Stelinha (1990) e de O Homem do Ano (2003), este dirigido por seu filho José Henrique Fonseca. Na televisão fez parte da equipe de roteiristas da novela Tempo de Amar (2017-2018). Seu livro mais recente, Carne Crua, de 2018, é uma coletânea de contos até então inéditos.
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