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O dia 29 de dezembro de 2022 vai ficar marcado como aquele em que uma lenda brasileira se foi. Nesta quinta-feira, 29, morreu Edson Arantes do Nascimento, mais conhecido mundialmente como Pelé. Tido por grande parte da comunidade esportiva como o maior jogador de futebol de todos os tempos, ele estava internado havia um mês para tratamento de um câncer no cólon num hospital na cidade de São Paulo, mas acabou não resistindo à agressividade da doença. A família ainda não deu detalhes sobre os procedimentos fúnebres, mas o sepultamento deve acontecer na cidade de Santos, onde morou durante boa parte de sua vida e na qual se tornou uma lenda encabeçando alguns dos momentos mais gloriosos do Santos Futebol Clube. Aos 15 anos, Pelé era titular do Santos e aos 16 chegou à Seleção Brasileira. Dono da expressiva marca de mais de 1000 gols na carreira, ele ganhou três Copas do Mundo da FIFA: 1958, 1962 e 1970, tornando-se uma lenda com a camisa 10 do escrete canarinho.

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Entre as principais conquistas pelo Santos, se destacam  duas Copas Libertadores da América e dois Mundiais Interclubes, vencidos em 1962 e 1963. “Meu nome verdadeiro é Edson. Eu não inventei Pelé. Eu não queria esse nome. Pelé soa infantil em português. Edson é mais como Thomas Edison, o homem que inventou a lâmpada”,  Pelé, sobre ter inicialmente recusado o apelido. Mesmo que tenha se declarado inúmeras vezes como vascaíno, Pelé tem sua imagem muito atrelada ao Santos, clube no qual jogou de 1956 a 1974, em exatos 1116 jogos (nos quais consta ter feito 1091 gols). Antes de aposentadoria, ele se aventurou nos Estados Unidos e marcou 64 gols em 106 jogos pelo New York Cosmos. Eleito Atleta do Século pelo Comitê Olímpico Internacional, Pelé foi nomeado em 1995 como ministro do esporte no governo Fernando Henrique Cardoso e ainda teve uma carreira como comentarista.

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Pelé também teve diversas participações nos cinemas. Estreou nas telonas contracenando com Grande Otelo em O Barão Otelo no Barato dos Milhões (1971), logo depois atuou como o Chico Bondade de A Marcha (1972)e adiante contracenou com Sylvester StalloneMichael Caine na produção internacional Fuga para a Vitória (1974). Em Os Trombadinhas (1980), dirigido por Anselmo Duarte (o mesmo de O Pagador de Promessas, 1962) além de atuar ele foi um dos roteiristas. Participou também dos elencos de A Vitória do Mais Fraco (1985), Pedro Mico (1985) e Os Trapalhões e o Rei do Futebol (1986), para citar apenas os longas-metragens de maior destaque. Pelé, documentário internacional dirigido por Ben Nicholas e David Tryhorn, estreou em 2021 resgatando seus feitos e méritos mais lendários. Pelé fez participações em novelas, tais como O Salvador da Pátria (1989) e O Clone (2001). Uma curiosidade: o curta-metragem Uma História de Futebol (1998), livremente inspirado em episódios da vida do Rei do Futebol, foi indicado ao Oscar de 2001 na categoria Melhor Curta-metragem de Ficção. Mais do que um futebolista, alguém que carregou a bandeira do Brasil como um símbolo internacional de talento e alegria.

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.
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