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Se tem um festival fora do circuito dos grandes ao qual gostaríamos de ser convidados (#ficaadica) é o Noir Film Festival, que acontece na República Tcheca. Imaginem só, um evento sobre o noir, num castelo, o Křivoklát Castle, que remonta ao século 12? E 2020 seria uma oportunidade ainda mais valiosa de estar por lá, especialmente porque o cinema de David Lynch será analisado sob a égide das influências dos filmes desse subgênero do filme policial, amplamente influenciado pelo Expressionismo Alemão, e que teve seu ápice nos Estados Unidos entre o fim dos anos 1930 e os anos 1950. Veludo Azul (1986), Coração Selvagem (1990), A Estrada Perdida (1997) e Cidade dos Sonhos (2001) serão debatidos à luz dessa filiação bastante intrigante. Além disso, a programação contará com um especial sobre a interpretação italiana do noir, especificamente seu renascimento na Itália como giallo.

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Programado para acontecer entre os dias 20 e 23 de agosto, o Noir Film Festival chega em 2020 à sua 8ª edição, mapeando a evolução dos arquétipos do noir, inclusive a partir das contaminações que ele teve ao longo dos anos e à medida que outros países passam a incorporar seus códigos conhecidos. Para quem não tem tanta familiaridade com o noir, ele se trata de um subgênero repleto de mulheres fatais e detetives assombrados, um dos grandes responsáveis por consolidar a ambiguidade como um código possível no cinema norte-americano da Era de Ouro. Além do estudo sobre parte da obra de David Lynch, o evento prestará homenagens a Kirk Douglas e Claire Trevor.

Veludo Azul
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Marcelo Müller

Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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