Se o ano de 2020 tinha apresentado um recorde muito positivo de mulheres comandando superproduções hollywoodianas, 2021 marcou uma regressão desse importante avanço. De acordo com o The Celluloid Ceiling, estudo produzido anualmente pelo Centro de Estudos das Mulheres na Televisão e no Cinema, da San Diego State University, em 2021 cerca de 17% das 250 produções de maior bilheteria nos Estados Unidos foram dirigidas por mulheres. O panorama fica ainda mais sintomático quando o recorte se restringe às 100 maiores bilheterias. Delas, apenas 12% foram dirigidas por mulheres – em 2020 esse percentual tinha sido de 16%; (ainda assim muito insuficiente). E esse tipo de dado ajuda a trazer um pouco de realidade, mesmo tendo em vista o sucesso recente de cineastas como Chloé Zhao (vencedora do último Oscar de Direção), bem como de Jane Campion e Maggie Gyllenhaal, apontadas desde já como fortes favoritas para a mesma categoria da premiação de Hollywood em 2022. Portanto, essas são exceções com visibilidade que acabam acobertando uma regra de desigualdade.
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“As aparências enganam”, disse Martha Lauzen, diretora executiva do Centro de Estudos das Mulheres na Televisão e no Cinema e autora do relatório. “A porcentagem de mulheres dirigindo filmes realmente diminuiu em 2021. Baseando-se em nossas percepções de como as mulheres estão se saindo, o sucesso de apenas algumas mulheres pode nos levar a conclusões imprecisas sobre a situação. Mais de 80% dos filmes não têm uma mulher no comando”. Já em outras áreas houve melhores bem modestas. As mulheres ocuparam 25% dos principais cargos nos bastidores, como roteiristas, produtoras executivas, produtoras, montadoras e cinegrafistas nos 250 filmes de maior bilheteria em 2021 – em 2020 o resultado tinha ficado em 23%. Vale lembrar que o estudo leva em consideração apenas os filmes exibidos nos cinemas, o que exclui uma parcela significativa do mercado. Talvez seja a hora de mudar o critério? Bom, de qualquer modo, ainda há muito a ser feito em direção a uma igualdade.
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