“Nem sempre me senti protegida”, diz Alicia Vikander sobre cenas de nudez

Talvez você nunca tenha ouvido falar dos coordenadores de intimidade. Eles/elas são figuras relativamente recentes nas equipes de audiovisual, responsáveis por fazer a mediação entre elenco e produção quanto às cenas de nudez ou que contenham intimidade. Podem negociar cláusulas contratuais, ajudar na coreografia das cenas e acompanhar o momento da filmagem para garantir que todos se sintam confortáveis e seguros. Quem recentemente falou sobre essa nova profissão foi a atriz Alicia Vikander: “Esses profissionais deveriam existir desde o início da minha carreira (…) nem sempre me senti protegida num set de filmagem nesse tipo de cena”. A estrela descreveu um caso em que, por exemplo, estava todo mundo tão ocupado que “se esqueceu” de uma atriz nua por algumas horas.

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“Alguém deveria chegar com um roupão, mas não chega. Depois alguém menciona que isso não estava certo. A única coisa que não pode ser improvisada é uma cena íntima – você tem que fazer coreografia e se ater a ela. É a pior coisa do mundo fazer essas cenas. Estou muito confortável com meu corpo e fiz bastante cenas de nudez e sexo, mas nunca é fácil”. Para finalizar, ela afirmou que teve de conviver com esse tipo de desconforto desde muito cedo: “Provavelmente, fiz minha primeira cena de sexo aos 20 anos. Sempre foi técnica, como deve ser; nunca deve ser nada além de técnico. Digo à equipe que será em apenas um take. Dessa forma, todos no set estão no ponto. Você tem que fazer tudo em uma tomada. Como um dançarino, nós coreografamos da mesma maneira (…) Assim todo mundo se sente confortável e, com sorte, embora seja super estranho e desconfortável, acontece um pouco de mágica que pode ser captada por uma lente”.

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Marcelo Müller

Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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