Nestes dias de quarentena por conta da pandemia do Covid-19, o novo coronavírus, não é apenas a presença nas salas de cinema que foi inviabilizada, mas boa parte da cadeia produtiva, algo cujos efeitos serão sentidos não somente nos próximos meses, mas, talvez, também nos anos seguintes. Como manda a cartilha dos artistas antenados com as coisas de seu tempo, os cineastas Bebeto Abrantes e Cavi Borges lançaram nesta segunda-feira, 30 de março, a produção Me Cuidem-se (2020), filme que une dois conceitos relativamente pouco utilizados no âmbito industrial do cinema: o filme-processo e a realização compartilhada.
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Sem a possibilidade de encontros presenciais, Bebeto e Cavi se propuseram a fazer um filme estritamente viabilizado pelo virtual. Eles incumbiram oito pessoas, de etnias, credos, profissões e grupos sociais distintos, moradores das cidades do Rio de Janeiro, São Gonçalo e Nova Iguaçu, de fazer registros de suas quarentenas, com a constante de um depoimento gravado ao final de cada dia em que todos refletem, individualmente, sobre as sensações desprendidas dessa rotina determinada pelo confinamento. A ideia é semanalmente incorporar novas partes, por isso a classificação de filme-processo, até que esse acúmulo o transforme num longa-metragem todo rodado em celulares, com texturas e pontos de vista diversos, sem roteiro pré-estabelecido. Confira aqui o filme:
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