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Além de um cineasta criativo, James Cameron pode ser colocado naquele rol dos visionários, pois sempre parece inquieto com os rumos atuais do cinema, tentando estar um passo adiante do que a indústria coloca como norma. Para darmos apenas dois exemplos, quantos filmes em 3D eram lançados comercialmente antes de Avatar (2009)? Como eram tratados os efeitos digitais antes da utilização deles na saga O Exterminador do Futuro? Pois bem, agora James Cameron está querendo fazer algo novo para diferenciar conteúdos feitos para streaming dos pensados para a telona dos cinemas. Numa recente entrevista à revista norte-americana Variety, ele falou dessa proposta, no mínimo, inusitada: “Acho que podemos ver uma forma expandida de cinema. Quero fazer um filme com dois cortes: um com seis horas de duração e outro com duas horas e meia. O mesmo filme. Você pode transmiti-lo por seis horas ou pode ter a versão mais condensada numa experiência imersiva nas salas de cinema. O mesmo filme. Apenas, um é o romance e o outro é o filme em si. Por que não? Vamos apenas usar essas plataformas de maneiras novas”.

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Tendo em vista o prestígio de James Cameron na indústria, já podemos imaginar alguns executivos quebrando a cabeça e fazendo cálculos para ponderar a viabilidade econômica de uma ideia dessas. Vai que o homem lança uma nova tendência comercial, né? Enquanto isso não acontece, o realizador está às voltas com suas tão aguardadas sequências de Avatar. Alguém aí está ansioso por esse “futuro”?

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.
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