20211022 superman papo de cinema

A bem-vinda reivindicação por maior diversidade no cinema, nos quadrinhos, na literatura, na televisão, enfim, em todas as áreas do entretenimento (e nas demais camadas sociais) tem gerado frutos muito positivos, bem como reclamações que deixam bastante evidente uma dificuldade de aceitação. Passeie por fóruns dedicados aos quadrinhos, por exemplo, e você vai se deparar com inúmeras manifestações de indignação que não conseguem esconder sua raiz misógina, sexista, machista, racista e por aí vai. O ator norte-americano Dean Cain, o intérprete do Superman numa série televisiva dos anos 1990, veio a público se pronunciar sobre bissexualidade do filho de Clark Kent numa recente revista em quadrinhos publicada pela DC em que o rapaz assume o posto do pai que não está na Terra. Não que ele seja contra a representação, mas não a considera corajosa. Tá, mas e aí? Se não for corajosa não é importante/bem-vinda? Fala aí, Cain.

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“Eles disseram que [ter Superman bissexual] é uma ousadia. Digo que eles estão seguindo o movimento. Robin acabou de sair nos quadrinhos como bi – quem está realmente chocado com isso? O novo Capitão América é gay. Minha filha na [série da CW] Supergirl, na qual interpretei o pai, era gay. Portanto, não acho que seja ousado ou corajoso. Se eles tivessem feito isso há 20 anos, talvez fosse ousado ou corajoso”, disse o ator à Fox & Friends First na terça-feira, 19. E ele continuou: “Corajoso seria ter ele lutando pelos direitos dos gays no Irã, onde é crime ser gay. Estão falando sobre fazê-lo lutar contra as mudanças climáticas e a deportação de refugiados, e ele está namorando um hacktivista – o que quer que seja um hacktivista. Por que não o fazem lutar contra as injustiças que criaram os refugiados cuja deportação ele está protestando? Isso seria corajoso”. E você, o que acha disso?

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.
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