Morreu nessa quarta-feira, dia 09 de novembro, a cantora Gal Costa. Ela tinha 77 anos. A informação foi divulgada pela assessoria de imprensa da cantora, que era apontada como um dos maiores nomes da música popular brasileira. A causa da morte, no entanto, ainda é desconhecida. Sabe-se, no entanto, que ela estava confirmada como uma das atrações do Primavera Sound, festival que aconteceu no último final de semana, em São Paulo, mas teve sua participação cancelada na última hora. Segundo o comunicado oficial, a artista se encontrava em recuperação após passar por um “procedimento de retirada de nódulo na fossa nasal direita, realizado há cerca de três semanas”. Suas apresentações estavam suspensas até o final de novembro.
Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu em Salvador, na Bahia, em 26 de setembro de 1945. Sua primeira grande incentivadora foi a mãe, Mariah Costa Penna, que sempre acreditou no potencial vocal da filha. Ela contava que, durante a gravidez, passava horas concentrada ouvindo música clássica, como num ritual, com a intenção de que esse procedimento influísse na gestação e fizesse que a criança que estava por nascer despertasse desde cedo interesse pelo universo musical. O pai, Arnaldo Burgos, por outro lado, nunca chegou a conhecer pessoalmente. Duas de suas melhores amigas de infância, as irmãs Sandra e Dedé Gadelha, seriam no futuro esposas de Gilberto Gil e Caetano Veloso, respectivamente, o que fortaleceria a amizade entre eles.
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Gal Costa nunca foi oficialmente casada. Assumidamente bissexual, teve ao longo dos anos relacionamentos com o empresário Marco Pereira, com a cantora Marina Lima e com a atriz Lúcia Veríssimo, entre outros. Também não teve filhos genéticos, mas, em 2007, adotou o menino Gabriel, seu único herdeiro. Gal chegou a trabalhar como balconista antes de estrear como cantora no show Nós, Por Exemplo… (1964), ao lado de Caetano, Gil, Maria Bethânia e Tom Zé. Sua primeira gravação foi o duo Sol Negro (1965), no disco de estreia de Bethânia. O primeiro LP foi lançado em 1967, ao lado do também estreante Caetano Veloso: Domingo, que continha o sucesso Coração Vagabundo. Em 1968 participou do disco Tropicália ou Panis et Circensis, com as canções Mamãe Coragem, Parque Industrial e Enquanto seu lobo não vem, além de Baby, o primeiro grande sucesso solo de sua carreira.
Sua relação com o audiovisual começou em 1975, ao gravar Modinha para Gabriela, tema de abertura da telenovela da Rede Globo Gabriela, baseada no romance de Jorge Amado. No mesmo ano participou do show Doces Bárbaros, junto de Gil, Caetano e Bethânia, que rodou o Brasil e gerou o disco e filme de mesmo nome, lançado em 1977. Suas canções marcaram as trilhas sonoras de diversos sucessos nacionais da telona, como Jubiabá (1986), Dedé Mamata (1988), Terra Estrangeira (1995), Tieta do Agreste (1996), Meu Tio Matou um Cara (2004) e Bacurau (2019), entre tantos outros. Como atriz, no entanto, teve uma única aparição, porém marcante: foi interpretando à diva Carmen Miranda que surgiu em O Mandarim (1995), de Júlio Bressane, filme premiado no Festival de Brasília.
Em uma carreira de mais de cinco décadas, teve seu nome nos créditos de mais de 50 produções, entre filmes, séries e novelas. Em 2012 foi eleita pela revista Rolling Stone Brasil a “sétima maior voz da música brasileira”. Um ano antes recebeu o prêmio Grammy Latino pelo conjunto de sua obra. Para 2023 está previsto o lançamento do longa Meu Nome é Gal, de Dandara Ferreira e Lô Politi, com Sophie Charlotte como protagonista. A ideia é retratar parte da trajetória da cantora chamada de “Gracinha” por amigos, principalmente o início de sua carreira. “É um grande privilégio interpretar Gal no cinema. Me sinto vivendo um verdadeiro sonho”, revelou Charlotte durante os bastidores das filmagens.
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