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Manhattan (1979) é frequentemente citado como um dos grandes filmes de Woody Allen. Além de outras coisas, ele revelou ao grande público o talento da então jovem atriz Mariel Hemingway, que interpretou uma garota de 17 anos engatando um relacionamento com um roteirista televisivo de 42 anos. Na época, essa disparidade de idade não gerou tanta controvérsia. Mas, segundo a própria atriz, especialmente à luz das acusações de pedofilia que recaíram há quase 30 anos sob Allen, não seria possível realizar o filme atualmente. Numa recente entrevista ao podcast Better Together with Anne & Heather, a neta do escritor Ernest Hemingway foi categórica quando perguntada sobre a viabilidade de fazer Manhattan hoje em dia: “provavelmente esse filme nem poderia ser feito na atualidade”.

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Obviamente, Mariel Hemingway foi questionada sobre a polêmica envolvendo Woody Allen e Mia Farrow. O primeiro é acusado pela segunda de ter abusado sexualmente da filha deles, Dylan, quando a menina tinha apenas sete anos. A atriz ressaltou que sua experiência com o cineasta foi maravilhosa e que não possui subsídios suficientes para emitir uma opinião sobre as acusações: “É um pouco delicado para mim (falar disso) porque Woody não me desrespeitou ou foi desagradável. Não conheço Mia, Ronan e Dylan. Não conheço essa história. Não é minha história para contar. Não estou num coreto o defendendo (Allen), mas a integridade de seu trabalho para mim ainda permanece intacta”.

Perguntada sobre a chamada “cultura do cancelamento”, ela disse que enxerga o tópico com preocupação, por que ele rechaça o debate, supostamente encerrando uma questão. “Não podemos mais ficar em uma área cinzenta”, disse Hemingway. “Temos que escolher um lado… quem disse ?! Não é assim que crescemos!”.

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.
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