Há meses a Escola Darcy Ribeiro, um dos mais tradicionais centros de formação cinematográfica do Brasil, está na iminência de ser despejada no Rio de Janeiro. O imóvel foi cedido pelos Correios à instituição há mais de 20 anos e ainda em 2019 teve seu uso requisitado em meio ao processo de preparação à privatização da Empresa Brasileira de Correios de Telégrafos. Oficialmente, no entanto, a atitude seria motivada pela necessidade de ocupar administrativamente o local para reequilibrar gastos. A diretora da Darcy Ribeiro, Irene Ferraz, se manifestou via redes sociais sobre a situação atual que virou disputa judicial: “O prédio da Escola de Cinema Darcy Ribeiro foi solicitado, por determinação judicial, não cabendo mais recursos. Empreendemos todos os esforços para mantermos nossas atividades nesse prédio, por nós recuperado e mantido durante os últimos 20 anos. A Escola já estava organizada, devido a pandemia, para o ensino remoto, com início previsto para 24/08/2020. A ECDR continuará sua missão, mantendo seu compromisso com a excelência do ensino audiovisual no Brasil. Agradecemos aos estudantes, professores, colaboradores e amigos pelo apoio irrestrito neste processo”.
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Está marcada para esta quarta-feira, 12, a partir das 10h, uma audiência pública virtual na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro para debater o assunto. A direção da escola apenas deseja um prazo maior para poder organizar os trâmites necessários, mas os Correios pedem a imediata desapropriação. O espaço que motiva o imbróglio foi cedido à Darcy Ribeiro e ocupado em 2000. Estava desde 1993 em completo abandono. A instituição, então, restaurou e reformou completamente o local que viria a testemunhar a formação audiovisual de inúmeros profissionais atualmente atuantes no mercado. Vale lembrar que em dezembro de 2018 a Escola Darcy Ribeiro foi considerada patrimônio histórico cultural imaterial do Rio de Janeiro, mas um despacho do desembargador Aluísio Mendes considerou que a titulação não está vinculada ao ambiente em que as atividades da escola se dão. É mais um capítulo triste da forma absolutamente destrutiva e arbitrária com a qual o governo Jair Bolsonaro lida com a cultura.
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