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De tão comum em Hollywood, poucos questionam a constituição de pares românticos com atores bem mais velhos do que as atrizes que interpretam seus interesses amorosos. Mas, agora uma voz potente como a da atriz/roteirista Emma Thompson se insurge contra essa prática que, talvez, possa estar com seus dias contatos, claro, desde que a insatisfação quanto a isso atinja o nível de demanda social. Numa recente entrevista para o podcast CultureBlast, ela falou mais sobre seu incômodo, especialmente com o que classificou como um desequilíbrio sintomático: “É completamente aceitável para George Clooney – que é um homem encantador – ter ao seu lado alguém 30 ou 40 anos mais jovem. Porém, se uma personagem minha estiver envolvida romanticamente, talvez seja preciso exumar alguém, pois atualmente tenho 61, Você entende o que quero dizer? É total e totalmente desequilibrado”.

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O tópico veio à tona justamente porque o próximo filme de Emma Thompson, Good Luck To You, Leo Grande, ela interpreta uma viúva prestes a completar 60 anos que, em busca de alguma conexão humana, contrata um muito mais jovem profissional do sexo para lhe dar uma noite de prazer. “É muito interessante essa mulher que estou prestes a interpretar. O jovem diz a ela: ‘Você é perfeitamente atraente, por que não consegue encontrar outro cara?’ E ela disse: ‘Porque as únicas pessoas dispostas a dormir comigo são as da minha idade e eu quero dormir com alguém mais jovem’. Temos que continuar sendo corajosos sobre isso”, arrematou a artista. Estariam contados os dias de galinhagem de Tom Cruise e Brad Pitt, por exemplo, com pares românticos uns 30 anos mais jovens? Ou o caminho seria não acabar com isso, mas apresentar de forma equivalente personagens femininas mais velhas se relacionando tranquilamente com pessoas bem mais jovens?

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.
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