20240321 david seidler papo de cinema

O roteirista britânico David Seidler morreu neste domingo, 17, aos 86 anos, durante uma expedição de pescaria na Nova Zelândia. A informação foi confirmada por Jeff Aghassi, seu empresário: “David estava no local que mais amava no mundo, a Nova Zelândia, fazendo o que lhe trazia paz. Se ele tivesse a chance, certamente seria assim que teria escrito a própria morte”. Nascido em Londres, na Inglaterra, no seio de uma família judia de classe média alta, David migrou aos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial. Crescendo em Long Island, Nova Iorque, ele lidou com uma gagueira na infância, condição que desenvolveu antes mesmo de comemorar seu terceiro aniversário. Segundo ele próprio, a gagueira o fez ser silencioso na adolescência. Ainda assim, David ingressou no teatro da escola, onde começou a desenvolver a paixão pela dramaturgia que ajudaria a definir a sua carreira posterior.

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Depois de começar no teatro e escrever seus primeiros roteiros para televisão e cinema, David Seidler chegou a Hollywood com cerca de 40 anos. Seu primeiro trabalho por lá foi Tucker: Um Homem e seu Sonho (1988), de Francis Ford Coppola. No entanto, desde os anos 1970 ele pesquisava sobre o rei George VI, monarca que, assim como ele, teve de conviver com a gagueira. Depois de algumas desistências e outros empecilhos ao longo do caminho, ele voltou ao projeto no começo dos anos 2000, exatamente quando descobriu ser vítima de um câncer de garganta. Ao terminar o roteiro, foi incentivado a adaptá-lo como peça de teatro dentro de um exercício criativo. O resultado foi O Discurso do Rei, peça traduzida em diversas línguas e apresentada em vários países que, por sua vez, rendeu o longa-metragem homônimo vencedor do Oscar de Melhor Filme de 2011 e que deu o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado para David Seidler – ele também venceu o Bafta.

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O Discurso do Rei
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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.
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