Na última quinta-feira, 4, diversos cineastas e profissionais do audiovisual se reuniram diante da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, para ler um manifesto assinado por dezenas de instituições, além de 13 mil pessoas físicas. O motivo para a ampla mobilização se encontra na profunda crise enfrentada pela instituição. De acordo com Roberto Gervitz, um dos organizadores do movimento, “a Cinemateca está na UTI há sete anos”.

A ACERP, que gerencia a Cinemateca, não paga os salários de 62 funcionários há meses, e sequer dispõe de recursos para rescindir contratos. Com a ameaça de corte na energia elétrica, milhares de películas raríssimas (e inflamáveis) correm o risco de se perder. Mesmo antes da pandemia e do isolamento social, a instituição enfrentava dificuldades para promover as atividades de restauração, manutenção e exibição de filmes.

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Imagem do vídeo produzido para a campanha de arrecadação

 

Por estes fatores, a Cinemateca organiza uma campanha virtual para levantamento de fundos, destinados primeiramente ao pagamento dos funcionários. “Sem trabalhadores, não se constroem nem se preservam arquivos”, ressalta o vídeo elaborado para a campanha. O manifesto, presente no site Benfeitoria, acusa o governo de descaso com o setor cultural e sucessivas tentativas de sucateamento do serviço para concedê-lo à iniciativa privada.

As contribuições começam a partir do valor de R$20 reais, visando atingir a meta de R$200 mil em trinta dias. Até o momento da redação deste artigo, 5% do valor estimado foi atingido pela campanha. Em caso de dúvidas, os organizadores disponibilizam um endereço de e-mail para possíveis colaboradores.

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Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.
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